Inúmeros fatores podem ser apontados na queda de rendimento do Bragantino na reta final do Brasileirão. No domingo, em casa, diante de quase 10 mil torcedores, a equipe escapou da derrota nos acréscimos, terminando a partida em igualdade com o Botafogo, até então líder.
Dentre esses fatores, o que causa estranheza são as mudanças táticas colocadas em prática pelo técnico Pedro Caixinha, que a partir da rodada 29 começou a mexer no esquema tático que até então funcionava muito bem, e o bom futebol desandou de forma a causar instabilidade emocional, o que já era previsível, diante da pressão sobre jogadores jovens que ocupavam a vice-liderança.
Diante do Botafogo, Caixinha mexeu novamente na composição que iniciou a partida, optando por deixar de fora Matheus Gonçalves e Aderlan, colocando quatro atacantes. E o que parecia ser a redenção, logo aos 2 minutos, com o gol de Thiago Borbas, aos poucos deu espaço para muitos erros, marcação falha, criatividade zero e um time também instável, como o Botafogo, virando o placar em apenas dois minutos, em erros grosseiros da defensiva do Massa Bruta.
O primeiro tempo foi melhor para o Botafogo, mesmo com a maior posse de bola do Braga. Chances de gols foram poucas e até o forte calor influiu no desempenho dos jogadores. O curioso é que foi após a parada técnica, que o Glorioso carioca virou o marcador, aos 34’ com Victor Sá, chutando de fora da área, e aos 36’ em falha grosseira do ótimo Juninho Capixaba, que Eduardo mandou para as redes.
Segundo tempo – Na etapa complementar o técnico Pedro Caixinha, já no desespero, fez alterações incompreensíveis, colocando em campo dois jogadores que não atuavam há mais de dois meses e, portanto, não tinham ritmo de jogo: Alerrandro e Bruninho. No caso de Alerrandro, ainda tentou duas vezes, no cabeceio, chegar ao gol. E o gol salvador veio aos 95 minutos, em cruzamento para o interior da pequena área que novamente Thiago Borbas concluiu com sucesso.
Caixinha é um bom técnico? É muito bom! Conhece o ofício mas, desde a rodada 29 tem alterado o esquema tático e a estratégia que o time desempenhava com sucesso, e que levaram o Bragantino a despencar dentro e fora de campo. Dentro, com um futebol que empobreceu do dia para a noite e, fora, correndo o risco de não só ficar distante do título, mas até mesmo fora do G6 que garante vaga na Libertadores.
ATUAÇÕES
Cleiton: Não teve muito trabalho ao longo da partida e ficou a dúvida se falhou no primeiro gol dos botafoguenses. Nota 6,0.
Andrés Hurtado: Muito aquém do futebol que mostrou na partida anterior. Até foi razoável no apoio ao ataque, mas falho na função de defender. Nota 5,5.
Léo Realpe: No primeiro gol do time carioca ficou olhando o atacante ajeitar e concluir a gol. Nota 5,5.
Léo Ortiz: Depois de um início com falhas, se firmou, e nos 20 minutos finais procurou com lançamentos longos criar jogadas ofensivas. Nota 6,5.
Juninho Capixaba: Um dos pilares do time, não se pode permitir uma falha grotesca como a que originou o segundo gol do Botafogo. Nota 5,0.
Jadsom Silva: Sozinho como protetor da zaga, teve dificuldades para conter o meio-campo adversário. Melhorou no segundo tempo. Nota 6,0.
Lucas Evangelista: Desde as mudanças que o técnico realizou no time, não conseguiu desenvolver o futebol que vinha mostrando. Tentou criar, correu muito, mas sentiu as alterações na forma de jogar. Nota 6,0.
Henry Mosquera: Aquele jogador impetuoso e insinuante da partida contra o Flamengo, no turno, deu lugar a um confuso atacante que insiste em jogadas individuais sem resultados positivos. Nota 5,0.
Eduardo Sasha: Artilheiro do time, foi transformado em terceiro homem de meio-campo e embora lute com disposição, é o que mais sofre com as alterações táticas do técnico. Nota 6,0.
Thiago Borbas: Se o que vale é bola na rede, então é ‘o cara do jogo’. Fez dois gols, um logo aos 2 minutos e outro aos 95’. De resto, não pegou na bola. Nota 7,0.
Vitinho Kiev: Pela esquerda ou pela direita corre bastante, mas dificilmente consegue ordenar uma sequência com sucesso. Nota 5,5.
Luan Cândido: Entrou no último terço do segundo tempo, e descansado teve bons momentos ofensivos. Nota 6,0.
Bruninho: Há meses sem jogar uma partida, não poderia render nada. E foi o que aconteceu. O técnico deixa Matheus Gonçalves no banco e coloca um jogador que faz muito tempo que não rende. Sem nota.
Alerrandro: Outro que apareceu em campo depois de longo e tenebroso inverno. Ainda teve uma chance em jogada de cabeceio, mas só. Sem nota.
Sorriso: Sem muito tempo, participou da jogada do gol de empate, em cruzamento feito na pequena área. Nota 6,0.
Matheus Fernandes: O que esperava o técnico colocando o então titular nos minutos finais? Sem nota.
Pedro Caixinha: Suas alquimias não têm dado resultado. As mudanças que vêm desde o jogo contra o Atlético Mineiro tem rendido resultados pífios. Nota 5,5.
BRAGANTINO 2 x 2 BOTAFOGO
Campeonato Brasileiro – 34ª Rodada
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 12 de novembro de 2023 (domingo, 16 horas)
Árbitro: Anderson Daronco (RS/Fifa) – Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS/Fifa) e Luanderson Lima dos Santos (BA/Fifa) – Árbitro de vídeo: Wagner Reway (PB/Fifa)
Público: 9.990 pagantes – Renda: R$ 428.585,00
Cartões amarelos: Léo Realpe e Matheus Fernandes (Bragantino) e Diego Hernández (Botafogo)
Gols: Thiago Borbas aos 2’ e aos 95’ (Bragantino) e Victor Sá aos 34’ e Eduardo aos 36’ (Botafogo)
BRAGANTINO: Cleiton; Andrés Hurtado (Luan Cândido), Leo Realpe (Matheus Fernandes), Léo Ortiz e Juninho Capixaba (Alerrandro); Jadsom Silva e Lucas Evangelista; Vitinho (Sorriso), Eduardo Sasha (Bruninho), Thiago Borbas e Henry Mosquera. Técnico: Pedro Caixinha.
BOTAFOGO: Lucas Perri; Di Plácido, Adryelson, Custa e Marçal; Marlon Freitas, Tchê Tchê (Diego Hernández) e Eduardo (Gabriel Pires); Junior Santos (Danilo Barbosa), Tiquinho Soares (Diego Costa) e Victor Sá (Hugo). Técnico: Lúcio Flávio.