PAULO ALBERTI FILHO
A crescente manifestação, mesmo que veladamente e a boca pequena, de insatisfação do alto escalão do funcionalismo da Prefeitura é preocupante.
Não se trata aqui de julgar ou avaliar a pessoa do chefe do Executivo, Prof. Amauri Sodré, que sempre foi (e é) uma pessoa ilibada cuja conduta na vida particular e pública está acima de qualquer suspeita. Trata-se aqui de perceber a eficiência da administração pública sob a tutela do prefeito Prof. Amauri que herdou o cargo depois da morte do prefeito Jesus Chedid.
O secretariado que assessora o prefeito é o mesmo que foi nomeado por Jesus, com uma ou outra alteração. Presume-se que a harmonia entre secretariado e prefeito seja o mesmo que precedeu a posse de Amauri. Porém, ouve-se pelos corredores do Palácio, pela rádio peão e nos bastidores da Câmara Municipal, que essa harmonia tão necessária para funcionamento eficiente da máquina pública estaria fragilizada.
Quando a administração é levada à fragilidade por conflitos entre seus participantes a figura do prefeito entra automaticamente no olho do furacão, pois é sobre ele, em última análise, que recai o ônus, seja administrativo ou seja político.
A partir daí, a prefeitura passa a ter vários prefeitinhos ou prefeitinhas, alguns deles inebriados pelo suposto poder fictício que emana da pretensão, a consciência falha ao diferenciar o interesse público do privado.
O programa de governo traçado pelo saudoso prefeito Jesus, a vista do povo, não se percebe qualquer desvirtuamento. A cidade, pela configuração geográfica, sofre com o aumento da frota de veículos que somente nos primeiros meses do ano foi acrescida de mais de mil unidades em circulação. Tem muito veículo e poucas ruas e avenidas e maioria não tem como ampliar. Obras complexas para ordenar a mobilidade urbana, outras de reformas estão sendo lentamente executadas e isso irrita a população e encarecem o erário; processos que ficam tramitando a passos de tartaruga obesa; dificuldades para soluções de questões que ficam de mesa em mesa; veículo da prefeitura descaracterizado passeia como se fosse particular até em horários fora de expediente e uma série de outras atitudes perigosas, podem penalizar o prefeito. É provável que muitas informações, dada a fragilidade a que a administração estaria exposta, nem cheguem ao Chefe do Executivo por conta da suposta desarmonia entre seus principais assessores ou até mesmo dos escalões menores.
Além disso, há problemas sérios com o transporte coletivo e várias obras estruturais de vulto muito importantes para o crescimento e organização urbana que sofrem ações do Ministério Público e esses procedimentos retardam o andamento da execução dos projetos causando prejuízos consideráveis aos cofres públicos.
Ninguém pode negar que a cidade está bonita, florida, arborizada e bem sinalizada, isso é fato incontestável. Obras de reformas estão sendo constantemente inauguradas em vários setores da administração, ações sociais relevantes acontecem toda hora, eventos culturais e esportivos etc. Esse é um lado que está à vista de todos os bragantinos e turistas.
Financeiramente a Prefeitura está muito bem estruturada pelo que arrecada e principalmente pelos recursos de milhões e milhões que o deputado estadual Edmir Chedid vem carreando desde sempre, não só para obras e serviços, mas também para as entidades filantrópicas que recebem substanciais ajuda do Estado para sua manutenção e passam a depender menos da prefeitura.
Por outro lado, em 2024, a exatamente 17 meses haverá eleições municipais. Então vamos considerar também o fator político partidário. O prefeito Amauri tem hoje o apoio da maioria dos 19 vereadores agregada por vários partidos numa coalizão feita em 2020 com o União Brasil, cuja liderança regional é do deputado Edmir Chedid. Uma administração fragilizada pode comprometer todo o processo sucessório e isso o União Brasil e nem o prefeito quer, muito menos a sua bancada de apoio na Câmara que sonha com a reeleição.
Administrar Bragança Paulista, com toda as suas difíceis peculiaridades não é para amadores e o prefeito Amauri pela sua vasta experiência legislativa e conhecimento do Executivo, adquirido ao longo dos mandatos de vice-prefeito que exerceu fielmente junto a Jesus Chedid, é um profissional que tem capacidade para reorganizar seu secretariado se, realmente estiver desarmonizado.
Fragilizar a administração municipal é tudo que a oposição e os zé ruelas querem para em 2024 terem a possibilidade de ganhar a eleição e destruir Bragança como fizeram no período de 2013/2016.
Um dos grandes perigos da administração pública é ser fragilizada, porque a fragilidade é a porta de entrada da corrupção, dos desmandos, da desorganização e do caos.