A partida desta terça-feira (2) no Estádio Nabi Abi Chedid, entre Bragantino e Estudiantes, pela Copa Sul-Americanam, talvez tenha sido a pior já vista na era Red Bull. Um espetáculo deprimente, com um Massa Bruta completamente desorganizado no primeiro tempo e um Estudientes irreconhecível na etapa final. Faltou competência aos argentinos para vencer e sobrou ruindade para o time do técnico Pedro Caixinha.
O Estudientes poderia ter matado o jogo logo nos primeiros minutos de partida, quando o zagueiro Natan, que inexplicavelmente ainda é titular, recuou uma bola para goleiro e acabou servindo o artilheiro Mauro Boselli, que conseguiu, sozinho, cara a cara com Cleiton, desperdiçar a chance de abrir o placar.
O Bragantino se mostrava apático, sem organização tática, com um buraco no meio-campo que propiciou ao Estudientes criar duas boas chances pelas laterais do campo, comprometendo as ações ofensivas de Aderlan e Juninho Capixaba, que não tinham cobertura. Aliás, difícil imaginar que um time com um ataque formado por Helinho, Alerrandro e Sorriso consiga algo positivo. Erros de passe, falta de compactação, defensiva temerária e iniciativas individuais frustradas compuseram o repertório do Bragantino. A desorganização era tanta, que até o zagueiro Eduardo Santos se escalou para cobrar escanteio.
2º tempo – Na volta do intervalo, mesmo com atuação pífia do meio-campo e do ataque nos primeiros 45 minutos, Caixinha não mexeu no time. Embora com mais vontade e correria, e pelo menos dois chutes a gol, o Bragantino repetia erros e pouco conseguia criar.
Uma melhora se viu quando entraram Gustavinho, Henry Mosquera e Eduardo Sasha, este inexplicavelmente não iniciou jogando.
Os argentinos decidiram recuar, administrar o resultado e tentar a vitória através de contra-ataques, que foram raros.
Futebol ruim, um Bragantino fraquíssimo e presságio de que sem reforços o time vai naufragar na temporada.
Pela Sul-Americana o Bragantino volta a campo só no dia 25 de maio, na Bolívia, para enfrentar o lanterna do grupo, o Oriente Petrolero.
ATUAÇÕES
Cleiton: Foi a surpresa do técnico depois de amargar a reserva por um bom tempo. Duas defesas importantes e mais atento ao sair jogando. Nota 7,0.
Aderlan: Teve dificuldades defensivas diante de um Estudientes mais ativo no primeiro tempo. Ofensivamente ficou devendo. Nota 6,0.
Eduardo Santos: Sem noção de cobertura, ainda assim foi melhor que seu companheiro de zaga. Nota 5,5.
Natan: Em poucos minutos mostrou o mesmo de sempre: não sabe sair jogando e quase deu o gol da vitória ao adversário. Se os reservas são igualmente ruins, melhor mandá-los embora. Nota 4,5.
Juninho Capixaba: Vai desaprender a jogar futebol com um conjunto fraco, sem repertório e uma defensiva sem saber o básico. Nota 6,5.
Matheus Fernandes: A tentativa de inventá-lo como volante de contenção não ajuda nem o jogador, nem o time. Um pouco mais avançado ele joga muito. Nota 7,0.
Lucas Evangelista: Na mediocridade do primeiro tempo, foi um pouco melhor que os companheiros. O único chute nessa etapa foi seu. Nota 6,5.
Bruninho: Hora de descer do pedestal e jogar futebol. Depois de três boas partidas no Paulistão, achou que era craque. Ainda não é. E acabou não convocado para o Mundial Sub-20. Precisa focar no que está fazendo. Nota 5,0.
Helinho: À exemplo de Natan, é outro que não reúne condições de ser titular. A insistência do técnico Caixinha é irritante. Mais uma partida catastrófica. Nota 4,5.
Alerrandro: Os raros lampejos que tem são insuficientes para torná-lo titular. Sem mobilidade, é presa fácil para os adversários. Nota 5,0.
Sorriso: Completa o trio (com Natan e Helinho) que o torcedor já perdeu a paciência. Confuso, o que sabe fazer bem é embolar o meio-campo. Nota 4,5.
Eduardo Sasha: Entrou no segundo tempo e melhorou as ações ofensivas. Nota 6,5.
Jadsom Silva: Desta vez ajudou na contenção, embora o Estudientes tenha abdicado de atacar. Nota 6,0.
Gustavinho: Deveria formar no time titular, mas inexplicavelmente figura sempre na reserva. Nota 6,5.
Henry Mosquera: Surpreendeu os argentinos ao aprontar uma correria danada pelo setor direito. Mas nada além disso. Nota 5,5.
Vitinho: Entrou e só se destacou ao receber cartão amarelo. Sem nota.
Pedro Caixinha: Escalou mal o meio-campo, insiste com Helinho, Alerrandro e Sorriso, inexplicavelmente deixou Gustavinho e Sasha no banco, enfim, cometeu um sem-número de bobagens que quase lhe custaram a derrota. Nota 5,0.
BRAGANTINO 0 x 0 ESTUDIENTES (ARG)
Copa Sul-Americana 2023 – Grupo C – 3ª Rodada
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (Brasil)
Data: 2 de maio de 2023 (quinta-feira, 21 horas)
Árbitro: Carlos Ortega (COL) – Assistentes: John Leon (COL) e Dionísio Ruiz (COL) – Árbitro de vídeo: Nicolas Gallo (COL)
Público: 3.236 pagantes – Renda: R$ 89.325,00
Cartões amarelos: Natan, Juninho Capixaba, Lucas Evangelista e Vitinho (Bragantino) e Lollo e José Sosa (Estudientes)
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Eduardo Santos, Natan e Juninho Capixaba; Matheus Fernandes, Lucas Evangelista (Jadsom Silva) e Bruninho (Gustavinho); Helinho (Eduardo Sasha), Alerrandro (Henry Mosquera) e Sorriso (Vitinho). Técnico: Pedro Caixinha.
ESTUDIENTES: Sappa; Nuñez, Lollo e Romero; Leonardo Godoy, Jorge Rodríguez, Zuqui, José Sosa e Benedetti; Rollheiser (Matias Godoy) e Mauro Boselli (Mauro Méndez). Técnico: Eduardo Domínguez.