A Indústria de Transformação e o Comércio, segundo e terceiro principais empregadores da cidade, fecharam o primeiro trimestre de 2022 como os únicos setores que fecharam postos de trabalho com carteira assinada. O saldo entre admissões e demissões na soma de ambos ficou negativo em 190 vagas, sendo 148 relativas ao Comércio e 42 à Indústria.
Os números foram levantados pela reportagem junto ao Caged (Cadastro de Empregados e Desempregados), órgão ligado ao Ministério do Trabalho.
O saldo de empregos, computando-se os cinco principais setores da economia local, de janeiro a março deste ano, foi positivo em 418 postos, e embora com tendência de alta, ficou muito próximo do resultado obtido no mesmo período de 2021, com ligeiro avanço de 3,72%. No primeiro trimestre do ano passado foram criados 403 empregos.
Em relação ao setor industrial, até março último o saldo foi negativo em 42 vagas. O Comércio, por seu turno, foi ainda pior, com o fechamento de 148 postos. Nos três primeiros meses do ano passado, Indústria e Comércio mais contrataram que demitiram, e geraram 331 novos empregos formais, dos quais 97 na Indústria e 234 no Comércio.
Para analistas econômicos, no primeiro trimestre deste ano os resultados foram afetados pela alta da inflação, aumento dos juros e do dólar, além da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que impactaram o preço dos insumos e inflou o custo de produção, o que desacelera o ritmo de contratação.
Assinalam que indústria e comércio continuam a enfrentar os reflexos negativos da pandemia de Covid-19 e a isso ainda somaram-se todas essas interferências, que desestabilizam a cadeia produtiva. Portanto, afirmam, não é de se estranhar que os resultados do primeiro trimestre fossem de queda. Dizem também que agora é preciso aguardar o comportamento dos próximos meses para confirmar se esses setores vão conseguir se recuperar.
Um levantamento de Conjuntura da Fiesp/Ciesp mostra, ainda, que no primeiro trimestre as vendas reais da indústria cresceram 5,0%, o primeiro avanço após quatro trimestres consecutivos de recuo. No período, os salários reais médios cresceram 1,7% e o nível de utilização da capacidade instalada aumentou 0,2 ponto percentual.