GB News
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Estava eu na noite de quarta-feira,19, selecionando tema para este editorial. De repente, não mais que de repente, apita meu “zap”.
Era uma das minhas fontes enviando o link da postagem do vereador Gabriel Curió (PSD) marcando sua opinião sobre a votação do orçamento da Prefeitura para 2026, ocorrida na terça-feira,18.
Não sei se o vereador discursa de tal forma para analfabetos, para o seu eleitorado, ou para ambos. Eu e entendi, pelo seu discurso, que precisa estudar mais um pouco sobre política, orçamento e transparência.
Sua análise, ao comparar o orçamento da Secretaria de Habitação para 2026 (R$2 milhões) e a Secretaria de Comunicação (R$6 milhões), salienta de forma “indignada” a diferença de valores entre as duas pastas. Nas entrelinhas, ataca os veículos de comunicação pela divulgação de anúncios institucionais da prefeitura, das atividades do Poder Executivo, que cumpre determinação constitucional de transparência de seus atos. Da mesma forma faz a costumeira demagogia, sugerindo o investimento em outras prioridades, já contempladas robustamente pela Peça Orçamentaria.
Aliás, falta ao Poder Legislativo transparência para dar publicidade ampla de seus procedimentos como Poder, e a atos de seus servidores e vereadores.
A Mesa da Câmara parece refém de funcionários de alto escalão que, pela longevidade dos cargos que ocupam, se apropriaram do Poder, sob a égide escudada em alegações supostamente impingidas pelo Tribunal de Contas, Constituição etc. sempre adequadas a interpretações subjetivas, à evitar investimentos em publicidade de seus atos e dos próprios edis. Um exemplo: Um determinado servidor da Câmara alegou que o Legislativo não poderia contratar assinaturas de jornais, por eles não conterem matérias de interesse público, porque o Tribunal de Contas assim afirmava. O servidor que interpretou essa pérola, foi questionado e reconsiderou. Pois é!
É assim que a banda toca no administrativo e jurídico da Câmara.
Em se tratando de transparência, como requer o vereador Curió, é um tema que parece não interessar a ele e aos demais opositores ao prefeito.
Não interessa, porque quanto mais publicidade se der aos atos do Poder Executivo e a Câmara, menos espaço ou discurso a oposição terá para praticar demagogia.
Voltando à “vaca fria”, como se dizia antigamente, investir R$ 6 milhões em um ano para dar publicidade de governo é pouco. Quanto à habitação, a responsabilidade sobre recursos é mais dos governos estadual e federal do que do município.
A transparência exige muito mais, inclusive dos 19 vereadores da Câmara Municipal e de seus servidores, para justificar porque a Câmara Municipal é tão cara para o município para quase nada de retorno.
Só para exemplificar, a Câmara Municipal de Extrema edita um jornal mensal robusto, prestando contas à população das atividades dos vereadores e do Poder Legislativo numa demonstração de ampla transparecia de seus atos.
Certamente, se a Câmara de Bragança copiasse a prefeitura de Bragança e a Câmara de Extrema, o retorno seria muito maior do que os vídeos de conteúdos duvidosos, alguns deles medíocres e ridículos, que os vereadores veiculam pelas redes sociais.
Se a Câmara de Extrema pode, porque a de Bragança não pode? Será que Bragança também tem seus Alexandres de Moraes?