Na quinta-feira (11), um rapaz de 23 anos identificado como Daniel O. D. foi preso em flagrante em sua casa no bairro de Guaianases, zona leste de São Paulo, armazenando em equipamentos eletrônicos, grande quantidade de material de pornografia infantil. Ele é investigado há quase 11 meses pela Delegacia de Investigações Gerais – DIG por aliciamento de uma criança de 10 anos e tem mandado de prisão preventiva decretado pela justiça bragantina há meses. O delegado titular da DIG, Dr. Henrique de Paula Rodrigues, recebeu a GB e falou sobre o caso, a prisão do aliciador e deixou o alerta aos pais. “Esse tipo de criminoso é como se fosse um camaleão, que se camufla na sociedade e vive sob nenhuma suspeita. Então é extremamente importante que os pais sempre estejam atentos aos celulares, jogos e redes sociais que seus filhos acessam. Neste caso, conseguimos chegar ao aliciador porque a mãe notou o assédio e nos procurou e isso desencadeou uma grande investigação em três delegacias e que pode ajudar a identificar dezenas de outras vítimas”, disse o delegado, que ainda explicou que esses criminosos além de usar o método de presentear em troca de vídeos e fotos, podem também se passar por crianças para ganhar a atenção de suas vítimas.
A investigação da DIG, se cruzou com outras duas, uma pela Delegacia de Defesa da Mulher de Taboão da Serra, onde ele é investigado por associação criminosa e por crimes previstos nos artigos 241-A – que versa sobre a divulgação de material de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente; e 241-D, que veta o aliciamento ou assédio de crianças e adolescentes para atros libidinosos e a outra Delegacia de Polícia Civil de Guaianases.
Investigação – Assim que o caso chegou a DIG, em maio de 2023, Dr. Henrique de Paula Rodrigues, colocou os experientes investigadores Edilson e Midon, para apurar o caso. Logo de início no trabalho, os tiras identificaram a forma que o aliciador agia. Para atrair a atenção das crianças ele prometia moedas usadas nos jogos ou “gift cards”, ou seja, cartão de presente, que são usados para compra de equipamentos dentro dos jogos. Em troca do presente, o aliciador pedia para que a criança enviasse vídeos de forma comprometedora, com danças entre outras imoralidades. O crápula ainda enviava vídeos de outras crianças como instruções para demonstrar como deveria ser feito.
Com o modus operandi descoberto, os tiras passaram meses a fio dedicados para investigar e identificar o crápula que vinha aliciando crianças em Bragança Paulista e em outras cidades do país. Para isso, os investigadores se debruçaram nas redes para entender a dinâmica usada pelo marginal e iniciaram uma das maiores investigações digitais da cidade. Com cauteloso trabalho de inteligência, acesso à informação e com medidas expedidas pelo judiciário, os policiais conseguiram filtrar dados suspeitos e chegar a um deles, identificado como Daniel O. D. de 23 anos. Durante as investigações ainda foram conseguidos alguns materiais que configuram que ele estava cometendo o crime, como pesquisas sobre o tema e materiais de crianças em situações impróprias. Com base nesse trabalho foram realizadas buscas infrutíferas na capital paulista. Nesse meio tempo, os incansáveis tiras continuaram as investigações e apuraram que o marginal vendia o material coletado nas redes através de grupos de aplicativos e na “Deep e Dark Web”( Os termos remetem a coisas obscuras, secretas, encravadas logo abaixo do solo fértil e rico em informação e conhecimento da internet – e realmente descrevem aspectos pouco conhecidos da rede mundial de computadores. Além da ampla informação disponível, a internet conta com camadas profundas de conteúdo, a deep web e a dark web, que nem sempre obedecem às legislações dos países onde foram criadas e contam com o anonimato quase total de seus criadores.).
A prisão – Enquanto prosseguiam para encontrar o aliciador, os tiras da especializada se cruzaram com outras duas investigações em andamento contra ele. Uma em Guaianases, bairro da capital paulista onde ele reside e outra na cidade de Taboão da Serra, região metropolitana da capital. Com o compartilhamento de informações a prisão aconteceu em cumprimento aos mandados de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara Criminal de Bragança Paulista e de busca e apreensão na casa do alvo, expedido pela 1ª Vara Criminal de Taboão da Serra. No cumprimento das medidas cautelares, os investigadores encontraram um telefone celular pertencente ao suspeito. Com ordem judicial de quebra de sigilo telefônico, os policiais realizaram a análise e encontraram grande quantidade de material pornográfico infantil. Os policiais ainda apuraram que o aliciador agia da mesma maneira que agiu com a criança em Bragança Paulista. Segundo Boletim de Ocorrência, em sua declaração o acusado disse que parte desse conteúdo é obtida por meio do método de aliciamento, confirmando a forma de ação descoberta pelos investigadores.
Após ouvido, a delegada titular da DDM de Taboão da Serra, Dra. Aparecida Alves Janduci, autuou Daniel em flagrante pelos crimes previstos nos artigos 241 – (Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro), 241 A (Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente), 241 B (armazenamento/possuir/adquirir) e 241 D ( Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso) com as agravantes do parágrafo único incisos I e II do Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele foi encaminhado para a cadeia permanecerá preso