A partida de volta da última fase de pré-Libertadores, disputada na noite desta quarta-feira (13), em Bragança Paulista, entre o Bragantino e o Botafogo do Rio, foi um confronto ruim tecnicamente, sem criatividade, e 90 minutos de um time que abusava das ligações diretas entre defesa e ataque, e outro que jogava por apenas uma bola.
Diferente do cenário da partida de ida, no Rio de Janeiro, o Bragantino impôs marcação alta, pressionou a saída de bola do Botafogo, porém o time do técnico Pedro Caixinha jogou por apenas um lado do campo, o direito, com Helinho a comandar a bateria aérea, ou seja, cruzamentos para o interior da área, que não surtiram nenhum resultado.
O time carioca viveu de lançamentos esporádicos, tentando encaixar uma bola em contra-ataque, o que também não conseguiu.
Segundo tempo – O panorama não se modificou na volta do intervalo, exceto pela expulsão, logo aos cinco minutos, do lateral alvinegro Damián Suárez, que na tentativa de impedir um ataque promissor dos donos da casa, derrubou um atacante e, como era o último homem na defesa, acabou expulso.
Nem com um jogador a mais o Bragantino conseguiu desenvolver bom futebol. A insistência de Pedro Caixinha em manter em campo o atacante Thiago Borbas, que é lento, pouco ajuda na marcação e nas vezes que chutou a gol o fez de forma bisonha, era o retrato de um desesperado Massa Bruta.
E tudo desmoronou quando aos 75 minutos, mesmo com um homem a menos, o time carioca chegou à marcação do gol, em jogada pelo setor esquerdo de ataque, com o lateral Hugo, que viu o zagueiro Lucas Cunha cair e pedir falta, e cruzar na medida para Júnior Santos, sozinho, abrir o marcador.
Sem jogadores de qualidade no banco de reservas, as alterações promovidas no Bragantino não modificaram o desespero e os excessivos cruzamentos na área botafoguense. Com a desvantagem de dois gols, partiu para o tudo ou nada e aos 85 minutos chegou ao empate em linda jogada individual de Talisson, que acabara de entrar.
Já no apagar das luzes Helinho ainda teve a chance do gol da vitória, que levaria a disputa para os pênaltis, mas aí apareceu o goleiro Gatito Fernández.
O Bragantino deixa a Copa Libertadores e vai para a fase de grupos da Sul-Americana.
ATUAÇÕES
Cleiton: Mero espectador durante a maior parte do tempo, sem culpa no gol que tomou. Nota 6,0.
Nathan Mendes: noite pouco inspirada defensiva e ofensivamente. O futebol simples que mostrou desta vez não ajudou. Nota 5,5.
Lucas Cunha: Falhou no momento em que não podia. Apostou que o árbitro daria falta do adversário e viu o adversário chegar ao gol. Nota 5,0.
Luan Cândido: O mesmo futebol de sempre, de pouco brilho, mas desta vez não pecou na marcação. Nota 6,0.
Juninho Capixaba: Difícil para um atleta com seu talento ter que jogar sozinho. Fez o que pôde pelos lados do campo e também pelo meio. Nota 7,0.
Jadsom Silva: Outro que, sozinho, não conseguiu criar. Defensivamente foi eficiente. Nota 6,5.
Eric Ramires: Partida fraca, sem criatividade e sem combatividade, nada produziu. Nota 5,5.
Helinho: Foi quem mais correu, mas chutou a gol, mais procurou a área adversária e também quem mais errou. Nota 6,5.
Thiago Borbas: Dois chutes a gol e em um deles atrapalhou a conclusão de Lincoln, que poderia ter resultado melhor. Não corre, não marca, não se desloca, e ainda assim é titular. Nota 4,5.
Lincoln: No primeiro tempo foi esquecido no setor esquerdo, já que o time optou por jogar apenas pelo lado direito. Melhorou na etapa final. Nota 6,5.
Talisson: Dos reservas que entraram, sobressaiu não só pelo lindo gol, mas pela forma como atuou no pouco tempo em que esteve em campo, muito superior à de Borbas. Nota 7,0.
Pedro Caixinha: A insistência com Borbas no time titular é algo incompreensível para todo mundo, principalmente a torcida. Escalou Sasha fora de sua posição e errou ao substituí-lo e manter Borbas em campo, além de colocar Talisson e Matheus Fernandes muito tarde. Nota 5,0.
BRAGANTINO 1 x 1 BOTAFOGO
Copa Pré-Libertadores – 3ª fase – Jogo de volta
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (Brasil)
Data: 13 de março de 2024 (quarta-feira, 21h30)
Árbitro: Wilmar Roldan (COL) – Assistentes: Juan P. Belatti (COL) e John Leon (COL) – Árbitro de vídeo: Juan Lara (CHI)
Público: 8.361 pagantes – Renda: R$ 399.435,00
Cartões amarelos: Juninho Capixaba (Bragantino) e Gatito Fernández, Marçal, Danilo Barbosa, Tiquinho Soares e Janderson (Botafogo)
Cartão vermelho: Damián Suárez (Botafogo)
Gols: Júnior Santos aos 75’ (Botafogo) e Talison aos 85’ (Bragantino)
BRAGANTINO: Cleiton; Nathan Mendes, Lucas Cunha, Luan Cândido e Juninho Capixaba; Jadsom Silva (Matheus Fernandes), Eric Ramires (Laquintana) e Lincoln (Guilherme Lopes); Helinho, Eduardo Sasha (Talisson) e Thiago Borbas. Técnico: Pedro Caixinha.
BOTAFOGO: Gatito Fernández, Damián Suárez, Lucas Halter, Alexander Barboza e Marçal; Danilo Barbosa (Gregore), Marlon Freitas e Eduardo (Mateo Ponte); Savarino (Hugo), Tiquinho Soares (Janderson) e Júnior Santos (Tchê Tchê). Técnico: Fábio Mathias (interino).