O próximo final de semana, sexta (17) e sábado (18) vai registrar as maiores temperaturas em Bragança, segundo previsões do Instituto Climatempo e do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
O sol forte e o calor intenso devem chegar a 40°C no sábado, com sensação térmica de 44°C, e na sexta, a 38°C, porém com pancadas de chuva à noite.
Os termômetros vão ficar acima dos 37°C de hoje até quinta-feira, com sol entre nuvens e chuva no período da noite.
Outra previsão preocupante é que a umidade relativa do ar cairá a 11% no sábado, índice considerado perigoso para pessoas com problemas respiratórios. O ideal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é 60%. Ou seja, tempo seco, abafado e dificuldades para respirar.
Segundo o Climatempo, esta é a quarta onda de calor que o Brasil vive no segundo semestre deste ano e poderá ser mais forte do que as ondas de calor de agosto, setembro e de outubro de 2023.
Todo o Estado de São Paulo está sob alerta vermelho de calor. O aviso foi emitido pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e é válido até domingo (19), mas com amplas possibilidades de ser prorrogado além desse período. A tendência, porém, é que o alerta seja prorrogado até 18 ou 19 de novembro.
Dicas – Médicos recomendam alguns cuidados básicos para enfrentar o calor: tomar bastante água; ter atenção especial com idosos, crianças e pets; não praticar atividades físicas ao Sol entre 10h e 16h; ao sentir-se mal, tomar um banho frio para resfriar o corpo; usar ventiladores e possibilitar corredores de vento dentro das residências; usar roupas de cama de algodão; evitar o uso do forno do fogão da cozinha e, ao andar a pé, parar um pouco em lojas com ar-condicionado.
El Niño – A Organização Meteorológica Mundial, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o clima, anunciou na última semana que o El Niño deve durar, pelo menos, até Abril de 2024. O Brasil viverá uma nova onda de calor cujas máximas deverão atingir recordes históricos nos próximos dias. Segundo a empresa MetSul, mesmo cidades habituadas ao calor poderão apresentar máximas que chegam a ser 15ºC superiores à média para o período. Mas o que explica esse calor extremo?
O fenômeno El Niño tem a sua contribuição, mas este e outros episódios de calor extremo que o País sofreu nos últimos meses não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.
“O fenômeno tende a favorecer o aumento de temperatura em várias regiões do planeta, e favorece eventos extremos de calor na América do Sul”, diz Karina Bruno Lima, doutoranda em Climatologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e divulgadora científica.
Karina Lima explica que isso está associado ao que os especialistas chamam de domo de calor, ou cúpula de calor. “É um fenômeno que ocorre quando uma área de alta pressão permanece por algum tempo na mesma região, prendendo o ar quente”, explica “Isso cria condições estáveis, secas e de temperaturas altas por um período prolongado”, afirma. “O solo ressecado deixa o ar mais quente e o ar mais quente acaba provocando um ressecamento cada vez maior. Temos de imaginar um ciclo fechado que vai se retroalimentando”, afirma a meteorologista Estael Sias, da MetSul. Segundo ela, há uma grande área de ar seco sobre o País, que impede a chegada da chuva. Esse período deve causar prejuízos agrícolas e grande desconforto térmico.
A climatologista também faz um alerta. “A gente também tem de pensar na adaptação. Precisamos nos adaptar ao mundo que já temos. Ele não está adaptado a esse aquecimento global”, ressalta Karina. Para os próximos meses, no verão, a tendência projetada pelos especialistas é de calor úmido, o que não eleva tanto as temperaturas, mas piora sensação térmica.
Pico – Relatório divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), aponta que o fenômeno El Niño, relacionado ao aumento nas temperaturas notado neste ano, deve perdurar até abril. Com isso, é muito provável que os termômetros disparem ainda mais neste fim de ano e em 2024. O fenômeno só chegou a uma consistência, de acordo com os registros de temperatura da superfície do mar e outros indicadores, em outubro. Por isso, a expectativa da organização é que ele ainda não tenha atingido o seu maior pico. “Provavelmente, (o El Niño) atingirá o pico, como um evento forte, em novembro-janeiro de 2024. Há uma probabilidade de 90% de que persista durante o próximo inverno/sul do hemisfério norte (verão no Brasil e demais países do hemisfério sul)”, afirma a OMM.
Com a persistência das altas temperaturas e a subida ainda maior nos termômetros, os impactos no planeta e na saúde humana devem continuar, alertam os especialistas que assinam, junto à OMM, o relatório. (Com informações do Estadão)