De acordo com números da Secretaria Municipal da Saúde, Bragança registrou no ano passado 10 acidentes por mês envolvendo humanos com escorpiões. Nos últimos três anos foram quase 500 registros (448), média de 112 casos por ano.
O aumento de ataques de 2019 para 2022 foi de 13,20%. Em todo o período, no entanto, não houve vítimas levadas à óbito.
Autoridades de Saúde avaliam que o aumento nas ocorrências de acidentes de escorpiões tem ligação com alterações ambientais, que tornaram os espaços urbanos propícios a abrigos de animais peçonhentos. O acúmulo de entulhos, a não vedação de saídas de esgoto e saneamento, o uso de inseticidas, que não são efetivos e acabam desalojando os escorpiões e tornando-os mais resistentes ao veneno são alguns dos fatores.
A maioria dos casos de picadas de escorpiões é da zona urbana, que equivale a dizer que o animal já se adaptou a este habitat, por encontrar comida farta como baratas e restos de alimentos. O destino correto do lixo, a vedação de rodapés das portas para evitar a entrada e permanência destes animais, são outras medidas recomendadas.
Quem já foi picado por escorpião revela que a dor é insuportável e causa uma experiência traumática na pessoa. A procura por ajuda médica rapidamente é medida que se impõe.
Bairros – Seis bairros concentraram o maior número de acidentes no ano passado: Centro (5 casos), Vem Viver (5), Jardim São Miguel (4), Jardim Recreio, Santa Luzia e Vila Aparecida (3 cada).
O total de acidentes nos últimos anos: 2019 (106 casos); 2020 (111), 2021 (111) e no ano passado (120).
Socorro – Em caso de picada, a vítima deve procurar rapidamente o Posto de Saúde mais próximo, como UBS e UPA. A avaliação médica é que vai definir o tratamento adequado para cada paciente.
Para evitar acidentes, as recomendações são: modificar as condições do ambiente de modo a torná-lo desfavorável à sua permanência e proliferação. Exemplos: evitar acúmulo de materiais e detritos de construção; aparar a grama e retirar o mato alto; rebocar paredes e vedar rachaduras; vedar portas e telas nas janelas e acondicionar bem o lixo e manter o local higienizado.
Intoxicação – Presentes na natureza há mais de 400 milhões de anos, os escorpiões são os animais peçonhentos responsáveis pelo maior número de casos de intoxicação humana no Brasil, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz).
De acordo com especialistas, o escorpião é uma praga urbana e o número de óbitos por picadas, nas áreas rurais e urbanas no país, superou o de mortes por picadas de serpente. O escorpião-amarelo, típico das regiões Centro-Oeste e Sudeste do País, é responsável por provocar acidentes graves, sobretudo, em crianças e idosos.
Os especialistas dizem que o escorpião não costuma atacar sua presa e usam o veneno basicamente como instrumento de defesa.