Rogério Machado
No final do mês, mais precisamente no dia 31, serão comemoradas a “Festa de Halloween” (Dia das Bruxas) e o “Dia da Reforma Protestante”. De um lado estão àqueles que desconhecem os ensinamentos bíblicos e brincam com a aparência do mal, do outro àqueles que creem na Bíblia como única regra de fé e prática.
Conta-se que o “Halloween” originou-se nos antigos festivais de outono dos celtas, povo que viveu há centenas de anos atrás, onde hoje é a Grã Bretanha e o norte da França. Eles eram adoradores da natureza sendo o “deus sol” a divindade favorita. Os celtas criam que o ano novo deveria ser comemorado na última noite de outubro. Nesse dia, o portal que separa os mortos dos vivos se abria e os mortos passavam a ter contato com os vivos. Para que as lavouras não fossem prejudicadas pelos espíritos dos mortos, era necessário fazer-lhes oferendas. Isso se transformou na “brincadeira” de nossos dias onde as crianças dizem “guloseimas ou travessuras?” indicando que se não ganharem guloseimas (oferendas) farão travessuras (coisas ruins).
A festa de Halloween foi introduzida nos EUA pelos imigrantes irlandeses e foi se enraizando dentro da cultura americana. Em nossos dias os maiores divulgadores dessa festa tem sido as escolas públicas na América do Norte e Europa. No Brasil, a festa vem ganhando mais e mais adeptos a cada ano que passa, isso por conta das escolas que ensinam o idioma inglês que organizam, incentivam e divulgam a festa.
A “Reforma Protestante” também é comemorada em 31 de outubro, porque foi nesse dia, há 505 anos, que eclodiu o incidente que provocaria o rompimento entre Martinho Lutero, um Monge Agostiniano, e a Igreja Católica Romana. O incidente girou em torno do episódio conhecido como a venda de indulgências (perdão dos pecados), a todos os fiéis que contribuíssem financeiramente para a reconstrução da Basílica de São Pedro. Assim, em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou na porta da Igreja de Wittenberg um manifesto público (95 teses), em que protestava contra a atitude do Papa Leão X e expunha os elementos de sua doutrina. Iniciava-se, então, uma longa discussão entre Lutero e as autoridades eclesiásticas, culminando com sua excomunhão pelo Papa, em 1520.
Em síntese, o Monge Martinho Lutero enfatizava que a Bíblia é inspirada por Deus, sendo a única regra de fé e prática do cristianismo. Sua leitura e interpretação deveriam ser feitas por todos os cristãos, independente da ação e interpretação da Igreja Católica Romana. Lutero enfatizava também que a salvação do ser humano é realizada somente pela graça de Cristo Jesus, mediante a fé pessoal, independente de obras “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” – Epístola de Paulo aos Efésios 2:8 e 9. Sobre Igreja, proclamava a criação de igrejas nacionais autônomas sem a tutela de um governo central. O trabalho religioso poderia ser feito por pessoas casadas e não somente por aqueles que foram obrigados ao celibato sacerdotal. O idioma das cerimônias deveria ser aquele de cada nação e não somente o latim, que era o idioma oficial das cerimônias católicas.
A “Reforma” representou um dos movimentos históricos fundamentais que marcaram o início dos tempos modernos. Isso porque o homem do século XVI refletia no plano da religião todo o seu descontentamento às condições de vida material, político-social e econômico.
Por fim, vale lembrar que por mais que pareça uma brincadeira o “Dia das Bruxas” tem uma relação religiosa que envolve os “espíritos dos mortos”. Já a o “Dia da Reforma Protestante” nos lembra que a Bíblia, como regra de fé e prática, está ao nosso alcance para nos ensinar a verdade. Verdade essa que liberta o ser humano de todo o mal e conduz a Deus, conforme Evangelho de João 8:32.
Rogério Machado é jornalista e pastor da Igreja Batista Boas Novas – Cd. Planejada II. prrogeriomachado@yahoo.com.br