Nem o fato do Coritiba, mesmo atuando em sua casa, jogar 85 minutos com dez jogadores (Warley foi expulso aos 5’ do primeiro tempo), foi um incentivo ao Bragantino na partida de domingo à noite (9), no Estádio Couto Pereira.
No primeiro tempo a equipe ainda criou boas oportunidades, principalmente através de Sorriso, porém a defesa, desfalcada de Aderlan, Léo Ortiz e Luan Cândido (que só entrou na metade do segundo tempo), foi um desastre.
Com dez jogadores, o Coritiba tentou fechar os espaços em sua defensiva no primeiro tempo, buscando jogar ofensivamente apenas nos contra-ataques. E mesmo com um atacante a menos, abriu o marcador aos 11 minutos, por sinal um golaço de Alef Manga, que recebeu um cruzamento na medida de Fabrício Daniel e aplicou um drible em Natan, que ficou a ver navios. Na saída do goleiro Cleiton, tocou por cobertura.
A ala esquerda, formada por Natan e Ramon, foi explorada pelo Coxa, que por ali encontrava facilidades em chegar à meta do Massa Bruta. E foram várias vezes, sem que o sistema defensivo do time de Barbieri conseguisse neutralizá-las.
Em desvantagem, ainda que sem um jogo coordenado e consistente, o time de Barbieri chegou ao empate aos 26’, em jogada individual de Popó.
Com um meio campo sem criatividade, o Bragantino se limitou a lançamentos longos e bolas (chuveirinho) alçadas para dentro da área, que consagraram os zagueiros do Coritiba. Nos 90 minutos, o time criou ao menos cinco chances claras de gols, todas perdidas. O que não deixa de ser sinônimo de incompetência.
Final – Se o primeiro tempo do Bragantino foi ruim, o segundo mostrou que o time está ou jogando por conta própria, sem interferência do técnico, ou não escuta o que ele diz. E tudo se complicou quando logo aos 12’ o Coxa chegou ao segundo gol, através de Bruno Gomes, com direito a Natan sentado na plateia assistindo.
Foram 45 minutos de um futebol muito abaixo do que se esperava, e nem mesmo a vitória diante do Cuiabá, no meio de semana, serviu de combustível para manter o time com vontade de vencer.
Resultado justo para um time que buscou o resultado desde o início, e mais justo ainda para um Bragantino sem identidade e sem vontade.
ATUAÇÕES
Cleiton: Sem chance de defesa nos dois gols. Ficou vendido por uma zaga absurdamente ruim. Nota 6,0.
Raul: Não é lateral, não tem cacoete para a posição e ofensivamente, quando tentou cruzamentos na área, errou todos. Nota 5,0.
Léo Realpe: Se viu vendido entre um lateral improvisado e uma ala esquerda péssima. Em pelo menos duas oportunidades cobriu Natan e Ramon e afastou o perigo da meta de Cleiton. Nota 6,0.
Natan: Um desastre total. Um drible desmoralizante no primeiro gol e um apático defensor assistindo o adversário chegar ao segundo gol. Nota 3,5.
Ramon: Defensivamente é muito ruim. Tenta compensar isso ofensivamente com muita correria, mas erra a maioria das jogadas. Nota 4,5.
Jadsom Silva: Alguns bons lances mas, no todo, naufragrou com os demais. Nota 5,0.
Lucas Evangelista: Distante das últimas apresentações, quando brilhou como principal articulador. Desta vez ficou devendo. Nota 5,0.
Hyoran: No primeiro tempo ainda criou boas situações de gol. Aos poucos foi caindo de produção. Nota 5,5.
Artur: Pelo que jogou no primeiro tempo, exceção do gol anotado em impedimento, passou a impressão de que entrou em campo com o jogo já em andamento. Na etapa final foi melhor. Nota 6,0.
Popó: Tem perfil de centroavante e fez um gol de centroavante. E ainda perdeu um outro. Mas depende exclusivamente daquilo que o meio-campo produz. E nessa partida, isso raramente ocorreu. Nota 7,0.
Sorriso: Muito bom primeiro tempo, com três boas chances de gol que pararam nas mãos do goleiro Gabriel. Na etapa final afundou junto com os demais. Nota 6,5.
Luan Cândido: Se ficar no banco foi o castigo pela expulsão diante do Flamengo, ele veio na hora errada. Quando entrou a vaca já estava no brejo. Sem nota.
Carlos Eduardo: Pegou cinco vezes na bola: duas chutou em direção a Maringá, em outras duas errou o passe e em uma foi desarmado. Sem nota.
Eric Ramires: Entrou no lugar de Jadsom, ou seja, troca de seis por meia dúzia. Sem nota.
Welliton: Mostrou rapidez nas jogadas e perdeu uma boa chance para empatar. Sem nota.
Miguel: Meio-campista que entrou no lugar do zagueiro central. Não poderia dar certo. Sem nota.
CORITIBA 2 x 1 BRAGANTINO
Campeonato Brasileiro Série A – 31ª Rodada
Local: Estádio Couto Pereira, Curitiba (PR)
Data: 9 de outubro de 2022 (domingo, 18 horas)
Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC) – Assistentes: Alex dos Santos e Gizeli Casaril (SC)
Público: 18.066 pagantes – Renda: R$ 232.935,00
Cartões amarelos: Lucas Evangelista e Jadsom Silva (Bragantino)
Cartão vermelho: Warley (Coritiba)
Gols: Alef Manga aos 11’ e Bruno Gomes aos 57’ (Coritiba) e Popó aos 26’ (Bragantino)
CORITIBA: Gabriel; Natanael (Matheus Alexandre), Chancellor, Luciano Castán e Rafael Santos; Bruno Gomes (Juan Díaz), Trindade (Guillermo de Los Santos) e Boschilia (Bernardo); Warley, Alef Manga (José Hugo) e Fabrício Daniel. Técnico: Guto Ferreira
BRAGANTINO: Cleiton; Raul, Léo Realpe (Miguel), Natan e Ramon (Luan Cândido); Jadsom Silva (Eric Ramires), Lucas Evangelista e Hyoran (Carlos Eduardo); Artur, Popó e Sorriso (Welliton). Técnico: Maurício Barbieri.