O imbróglio que envolveu a realização do Censo Demográfico parece que ainda não chegou ao seu final. Os problemas, que completam dois anos, depois da suspensão em 2020, por conta da pandemia, e em 2021, pela falta de recursos, agora em 2022 enfrenta a falta de mão de obra.
Isso mesmo, arrebanhar pessoas para trabalhar como recenseadores é tarefa que ainda está longe de ser concluída. Mais da metade dos que deveriam estar colhendo as informações necessárias, está faltando na equipe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De forma global, difícil imaginar que a conclusão do Censo ocorrerá dentro do prazo estipulado pelo próprio Instituto, em novembro, pois o calendário aponta a segunda quinzena de dezembro deste ano para a conclusão dos trabalhos e a divulgação dos resultados oficiais.
O trabalho de coleta de dados já está em andamento, mas a cobertura, desde o início deste mês, não chega a 30% na maioria das cidades, segundo dados do painel de acompanhamento da pesquisa. Em Bragança, por exemplo, são quase 60 mil domicílios que deverão ser visitados. Se considerado o tempo empregado nas entrevistas até agora, nem no final deste ano será possível concluir o Censo.
Em nível nacional, o Censo percorrerá 5.570 municípios brasileiros, a princípio até novembro, quando serão visitados 89 milhões de endereços, dos quais 75 milhões de domicílios. O período de três meses para o encerramento, pelos indicativos atuais, será insuficiente.
O IBGE continua estimando esse prazo de 90 dias, mas analistas com experiência em estatísticas dizem que não será possível, pois o número de entrevistadores (recenseadores) é pequeno e o próprio órgão federal ainda está contratando pessoas para preencher as vagas que, neste momento, são a maioria.
Quando tudo estiver terminado, em novembro ou um pouco mais adiante, certamente vamos encontrar muitas pessoas que vão afirmar categoricamente que não foram entrevistas. Essa afirmativa, desde sempre, não pode ser desconsiderada.