Nas últimas semanas consumidores encontram dificuldades diante da falta de vários medicamentos nas farmácias, em especial os antibióticos, muito usados para o combate de doenças respiratórias em crianças e adultos. Em pelo menos quatro farmácias pesquisadas pela reportagem da GB, ou não tinha o medicamento ou estava com o estoque próximo de zero.
A reportagem procurou por amoxicilina, azitromicina, novamox e Ianico, e nenhum deles foi encontrado.
A escassez desses medicamentos se deve à alta demanda em virtude dos casos de Covid-19 e de outras síndromes respiratórias, cujos atendimentos na cidade foram superiores à média de anos anteriores, com adultos e crianças com sintomas gripais e até suspeita de dengue.
Usado para combater essas doenças, o aumento na procura por antibióticos fez com que o medicamento desaparecesse, pois segundo a Abrafarma (Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias), há falta de insumo para a produção. Informou ainda que 95% dos medicamentos no País dependem de matéria-prima que vem principalmente da China, que teve as exportações afetadas porque está mais uma vez em lockdown para contar uma nova onda de casos de Covid.
“Além da maior dificuldade para a chegada de insumos ao país, tivemos uma espécie de efeito dominó, pois outros produtos que estavam faltando exigiram mais dedicação da indústria, acarretando a redução na fabricação de outros produtos”, afirma Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.
Em uma das farmácias visitadas pela reportagem, além dos antibióticos também estão faltando xaropes e outros remédios usados em tratamentos respiratórios.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que trabalha sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A pasta diz ainda que atua, em conjunto com Anvisa, conselhos municipais e estaduais de saúde e representantes das indústrias farmacêuticas, para verificar as causas e articular ações emergenciais para mitigar o desabastecimento dos medicamentos citados.
Segundo um dos gerentes que conversou com a reportagem, apesar das dificuldades há alternativas que podem ser usadas, porém só o médico pode indicá-las.