O plantio de árvores traz uma série de benefícios para a população e para o município, dentre eles a diminuição das chamadas “ilhas de calor”. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente iniciou um trabalho de inventário arbóreo e ainda o mapeamento das regiões prioritárias para o plantio.
A FEALQ (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz), instituição vinculada à USP de Piracicaba, juntamente com a Prefeitura local, conduz o trabalho de mapeamento da arborização urbana do município desde fevereiro e já existe um relatório de diagnóstico com relação à arborização existente.
O documento identificou a existência das chamadas “ilhas de calor”, espaços com poucas árvores, onde a temperatura ambiente é mais alta e áreas com muita pavimentação asfáltica, que apresentam temperaturas mais elevadas.
“O espaço viário é por excelência o local de fluxo de pessoas e toda sorte de produtos e serviços associados à comunidade urbana, a verdadeira cidade viva e geradora de fluxos dentro do ecossistema urbano. Tais fluxos são próprios e diferentes dos padrões naturais. Outra característica do espaço viário é a intensa impermeabilização do solo constituindo-se em superfícies feitas pelo homem como asfalto, calçadas de diversos tipos de pavimento. Os lotes, oriundos do parcelamento do solo das cidades também são impermeabilizados em casas unifamiliares, prédios de moradia, galpões de fábricas, mercados e prédios públicos e empresariais”, mostra o relatório.
O documento também descreve que os raios solares que atingem as superfícies urbanas interferem no meio. “Tais superfícies, ao receberem a radiação, absorvem, refletem e irradiam esta energia na forma de calor e troca esse calor com o ar circundante, esquentando e reduzindo a umidade do ar adjacente ao solo. Ao longo do dia, materiais com diferentes calores específicos vão transmiti-los por convecção em intensidades diferentes e possibilitar distintas temperaturas do ar na cidade, com algumas áreas mais quentes do que outras”.
Uma publicação do Serviço Florestal Norte-Americano indicou que uma única árvore frondosa possui o efeito refrescante equivalente a quatro aparelhos de ar-condicionado ligados durante 20 horas. Outra pesquisa estimou uma economia de manutenção viária de aproximadamente R$ 15,00 por metro quadrado de asfalto em 30 anos em áreas arborizadas.
O relatório da ESALQ esclarece que as copas das árvores são como caixas de água. “Além de proporcionarem sombra, evitando que o asfalto e demais superfícies ‘esquentem’, estão, por meio da transpiração, liberando água para o ar e auxiliando na manutenção da umidade relativa e temperatura dentro da zona de conforto humano. Portanto, uma cobertura asfáltica de via pública toda coberta por copas de árvores vai proporcionar maior conforto e diminuir demanda de energia e insumos que poderão ser traduzidos em redução do consumo de água pela população, diminuição da necessidade de instalação e uso de condicionadores de ar e diminuição das rachaduras em pisos e buracos no asfalto”.
Um mapa identifica as regiões mais quentes da cidade e, a princípio, serão plantadas 1.498 árvores, em 25 regiões prioritárias.
Além desse projeto, há outros programas voltados para a arborização urbana em Bragança Paulista, que já resultaram, desde 2017, em mais de 21 mil árvores plantadas.
foto: SECOM