As Forças de Segurança da região bragantina sempre estão se aperfeiçoando para melhor proteger a população, seja através de cursos oferecidos pelas instituições das quais fazem parte, ou através de cursos particulares, desenvolvidos por instrutores profissionais, experts no trato com armas de fogo, seu manuseio, segurança e em técnicas de tiro. Esse é o caso de uma série de cursos oferecidos pelos instrutores, José Alexandre Bernardi e Carlos Eduardo Martinez, o Cadu, da Black Dog Shooting Class que na quinta-feira (11), ministraram, o sexto curso de técnicas de tiro à membros das Forças de Segurança da região Bragantina, Sul de Minas e região de Campinas. A atividade, voltada para o manuseio da arma de fogo, saque com uma mão, saque e disparo de dentro do veículo em situação de risco entre outras técnicas, aconteceu no stand de Tiro Franco Atirador, na cidade de Pinhalzinho. Nesta sexta aula, participaram 19 alunos mesclando membros da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil de São Paulo e Polícia Civil de Minas Gerais.
Segundo o instrutor José Alexandre, a ideia partiu após uma instrução de manuseio da pistola Glock no início do ano. “Foi um treinamento bem tranquilo, só com fundamento de tiro e a ideia foi crescendo, a turma foi crescendo, o pessoal começou a ter confiança no nosso trabalho e hoje estamos com um curso bem mais avançado” explicou. Esse primeiro ocorreu após o governo do Estado aderir a Glock como armamento das Policias Civil e Militar.
O instrutor Cadu Martinez, revelou que desde o início do ano, quando a série de cursos começou, mais de 150 policiais, membros da Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civil e Militar e Guarda Civil Municipal, participaram dos treinamentos, reunindo forças de segurança não apenas da região bragantina, mas também do Sul de Minas, num só propósito que é o aperfeiçoamento das técnicas com armas de fogo. A dupla de instrutores tem estudado bastante as inovações, práticas de tiro e manuseio de arma de fogo para trazer as inovações do cenário mundial, tanto aos alunos que pertencem as forças de segurança, quanto para alunos civis, chamados de paisanos. “A gente tem estudado sobre o que tem de mais moderno sobre reação armada e tiro de combate de paisanos e tentamos trazer a parte do tiro, que é o que temos treinado e estudado, para agregar no dia-a-dia no serviço policial e fora dele”, explicou o instrutor. José Alexandre, ainda completa explicando que o curso é especificamente de técnicas de tiro e não com a forma de trabalho dos policiais. “Nós somos paisanos, não somos policiais e o que a gente quer com esse treinamento, não é ensinar o policial civil a fazer uma investigação ou o policial rodoviário federal a fazer uma abordagem na rodovia, mas sim aprimorar a habilidade deles no disparo com a arma de fogo” explicou.
Para o investigador da Polícia Civil, lotado na DIG de Bragança Paulista, Eduardo Casamassa, “O treinamento é muito importante porque não visa apenas uma instituição. Nós treinamos em conjunto e isso faz com que na ação do dia-a-dia, nós tenhamos uma integração muito maior entre as instituições e também a confiança plena no colega que está trabalhando conosco” disse. O tira da DIG, ainda explicou que além de a instrução trazer o aperfeiçoamento no trato com o instrumento de trabalho, traz técnicas para o dia-a-dia, mesmo em horário de folga, deixando claro que a profissão de policial não se limita a horas diárias dentro da corporação. “Somos policiais 24 horas por dia, mesmo nas horas de folga com a família, temos que estar preparados para defender a população e esse curso traz um trato melhor com nosso equipamento de trabalho que é a arma de fogo”. A visão do policial civil é a mesma do Policial Rodoviário Federal, Luciano Tilli, lotado na 3ª Delegacia de Atibaia, na Fernão Dias. O federal disse que membros da segurança pública não tem um trabalho comum, que ao término do expediente a pessoa vai embora e segue sua vida normalmente. “Você é policial 24 horas por dia com os ônus e bônus disso. Portanto, o policial sempre é um alvo e com tempos de violência o policial não pode ser rendido e contar com a boa vontade do criminoso. Então ele tem que estar pronto para reação, para defender a própria vida e a vida de terceiros. E esse tipo de treinamento é fundamental para isso. Altíssimo padrão de qualidade dos instrutores e de todos os envolvidos. Um treinamento importante para todos os órgãos de segurança pública” disse Tilli, que também ressaltou a importância da integração das instituições durante o exercício e da extensão dessa integração no dia-a-dia.
Evolução – Segundo o instrutor José Alexandre a evolução dos participantes se mostra evidente com o passar dos cursos. Ele explica que houve um avanço significativo nas técnicas de disparo e manuseio de arma de fogo e os cursos trazem essa atualização ao aluno. “Alguns usam uma técnica antiga então eles vêm com manias e a gente vai moldando, explicando e trazendo essas novas técnicas”. O instrutor disse que no primeiro curso eles notaram a dificuldade que os policiais tinham com alguns fundamentos de tiro, como empunhadura, visada, entre outros. “Hoje, no sexto curso, vemos que os policiais, com o passar do tempo e com o treinamento, evoluíram muito para trazer uma segurança para a os policiais e para a sociedade bragantina” disse.
Segurança – Um dos temas mais “batidos” durante os cursos é a segurança e cuidado com o manuseio da arma de fogo. Os instrutores a todo momento falam sobre esses cuidados, explicando detalhes do manuseio seguro, a importância do uso de EPI entre outras técnicas de segurança. “As regras de segurança são inegociáveis! Em todos nossos cursos a gente bate em cima mesmo. Então é dedo fora do gatilho, controle de cano, uso de EPI, considerar a arma sempre carregada, não existe brincadeira com arma de fogo” esclareceu José Alexandre.
Para se ter ideia da rigidez da segurança exigida, primeiramente, os treinos são feitos com o armamento descarregado e com um pino dentro do cano, que impede que qualquer coisa passe por ali. Após os exercícios de memória muscular e técnicas de saque, empunhadura e acionamento do gatilho, os alunos se dispõem de frente para um barranco alto, onde estão os alvos. As armas são municiadas e a pista fica “quente”, termo usado para avisar que as armas estão municiadas e que o treinamento com disparo real será iniciado. A partir desse momento se tem um limite de cerca de 5 metros de distância de quem está na pista realizando o treinamento e a exigência de uso de óculos e abafadores.
Os instrutores também ministram cursos a pessoas que não fazem parte das Forças de Segurança. Interessados em saber mais sobre os cursos ofertados podem entrar em contato com a Black Dog Shooting Class, através do WhatsApp (11) 99502-9732, ou pela página do instagram @blackdogshootingclass.