Num primeiro momento pode-se pensar que o Bragantino, vencendo por 2 x 0, permitiu que o Ceará chegasse ao empate nos acréscimos. Foi e não foi. Principalmente na etapa complementar, os comandados de Barbieri foram sufocados em seu campo de defesa, o meio-campo falhou muito e dos titulares que estiveram em campo, três não foram bem durante os 90 minutos. O Ceará, no entanto, foi até incompetente para transformar em gols aquilo que criou durante toda a partida.
Na etapa inicial, Vozão e Massa Bruta alternaram ações ofensivas. Os cearenses abriram as finalizações com arremate de Vina para defesa de Cleiton. Emiliano Martínez respondeu para o Braga, obrigando Richard a defender.
Em noite inspirada, Erick era bastante acionado pela ponta-direita e levava a melhor contra o lateral-esquerdo Luan Cândido, que teve uma de suas piores apresentações. Em um dos lances, o atacante tocou entre as pernas do marcador, invadiu a área, mas teve o chute travado.
Vina também seguia participativo e deu outro arremate de fora da área, mas sem tanta força. E bastante cirúrgico, pois assinalou seus dois gols por erros adversários, o Bragantino abriu o placar. Erick sofreu uma falta no campo defensivo. Igor cobrou errado, entregando a bola para Jadsom que achou Helinho e este tocou para Hurtado, que fez à perfeição o papel de pivô e ajeitou para Helinho concluir a gol em arremate de fora da área, aos 11 minutos.
Logo em seguida o Ceará teve pênalti marcado após Erick cair dentro da área. Com o auxílio do VAR, o árbitro revisou o lance e viu que o atacante se jogou e anulou a decisão.
O centroavante Hurtado ainda teve a chance de ampliar de cabeça, mas Richard salvou. O Vozão ficou perto de empatar com Vina, que recebeu de Erick e bateu cruzado para a defesa de Cleiton.
Jadsom, Luan Cândido e Cuello não fizeram uma boa jornada. Erraram muito, especialmente a ala esquerda. A se considerar ainda que Natan, que no cômputo geral foi apenas mediano, errou muito nas coberturas a Luan Candido.
Intervalo – Na volta do intervalo os alvinegros voltaram mais agressivos com a entrada de Lima no lugar de Mendoza. O meia deu passe na medida para Erick finalizar e quase marcar o gol do empate. A bola desviou no zagueiro Natan e bateu na trave.
O Ceará seguiu melhor e pressionando o Bragantino, que se defendia como lhe era possível, mas novamente em jogada cirúrgica, chegou ao segundo gol. A zaga cortou e chutou para frente, Alerrandro viu a bola bater em seu braço, mas prosseguiu e notou o goleiro fora da área, batendo à meia altura. Richard ainda tentou defender, escorregou, e a bola acabou no fundo das redes, aos 69’. O árbitro chegou a ir na cabine do VAR, à beira do gramado, para revisar o lance, pois a bola teria batido no braço do atacante (como bateu), mas mesmo assim manteve o segundo gol.
Com 8 minutos de acréscimo o Ceará foi para o ‘tudo ou nada’, montou um ataque com cinco atacantes e na pressão, jogando nos erros da defensiva do Bragantino, diminuiu aos 90 minutos em gol contra de Fabrício Bruno, que desviou para o fundo das redes o chute de Gabriel Santos, tirando o goleiro Cleiton da jogada.
Aos 51 minutos, feito rolo compressor, o Ceará ‘alugou’ o meio-campo do Braga e Rick ganhou a disputa aérea, tocou de cabeça e a bola sobrou para Gabriel Lacerda, que bateu de primeira, e em novo desvio de Fabrício Bruno decretou o empate.
Pelas circunstâncias, com um time remendado e jogadores muito aquém daqueles considerados titulares, o Bragantino deve comemorar o resultado e a ineficiência do Ceará em transformar em gols as muitas chances que criou.
Dois jogos – O time de Barbieri entra em campo duas vezes esta semana. Na quinta-feira, às 20 horas, enfrenta o Internacional no Beira-Rio, partida da última rodada do primeiro turno. No domingo, em casa, às 18h15, recebe o São Paulo.
ATUAÇÕES
Cleiton: Outra excelente exibição. Evitou pelo menos dois gols certos. Acabou vencido pelo ‘fogo amigo’ de Fabrício Bruno. Nota 7,5.
Aderlan: Foi a melhor figura do setor defensivo e novamente teve problemas de entrosamento com Helinho pela ala direita. Nota 6,5.
Fabrício Bruno: Fez até um bom jogo, mas não deu sorte nos dois gols cearenses. Nota 6,0.
Natan: Alternou bons e maus momentos. No primeiro tempo ignorou as coberturas do lateral Luan Cândido e complicou o sistema de marcação. Nota 6,0.
Luan Cândido: Sofreu muito para marcar Erick, assim como tinha sofrido com Janderson, diante do Atlético-GO. Tem problemas com adversários rápidos. Nota 5,0.
Jadsom Silva: Longe daquele marcador dos últimos jogos. Desta vez não conseguiu ser eficiente. Nota 5,5.
Emiliano Martínez: Começou até bem, inclusive arriscando descidas ao ataque, mas aos poucos caiu de produção e foi substituído. Nota 5,5.
Pedrinho: Correu muito, fez deslocações, mas o restante do time, ofensivamente, não funcionou. Nota 5,5.
Helinho: Novamente o mérito do gol e ainda tentou chutes de fora da área. Nota 7,0.
Hurtado: Os primeiros 45 minutos foram os melhores em muitos meses. Boa assistência no gol de Helinho e um gol perdido de cabeça. Nota 6,5.
Cuello: Novamente uma atuação bem fraca. Com o agravante que defensivamente não existiu. Errou muitos passes e chutou todas as vezes para longe do gol. Nota 5,0.
Alerrandro: Pelo gol e senso de oportunismo, nota 6,5.
Barbieri: Pode ou não ser cobrado pela demora em promover substituições, pois sabe muito bem o banco de reservas que tem. Raros os que podem assumir a condição de titular. A falta de cinco dos principais jogadores o prejudicou na escalação. Nota 6,5.
CEARÁ 2 x 2 BRAGANTINO
Campeonato Brasileiro Série A – 27ª rodada
Local: Estádio Castelão, Fortaleza (CE)
Data: 16 de outubro de 2021 (domingo, 18h15)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhaes – Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa (RJ) e Thiago Henrique Neto Correa Farinha (RJ)
Público: 4.573 pagantes – Renda: R$ 113.567,45
Cartões amarelos: Gabriel Lacerda e Bruno Pacheco (Ceará) e Hurtado, Pedrinho, Jadsom Silva, Emiliano Martínez, Gabriel Novaes, Cristiano e Luan Cândido (Bragantino)
Gols: Helinho aos 11’ e Alerrandro aos 69’ (Bragantino) e Fabrício Bruno (contra) aos 90’ e Gabriel Lacerda aos 96’ (Ceará)
CEARÁ: Richard; Igor (Rick), Messias, Lacerda e Bruno Pacheco (Kelvyn); Marlon (Gabriel Santos) e Fernando Sobral; Erick, Vina e Mendoza (Lima); Cléber (Jael). Técnico: Tiago Nunes
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Fabrício Bruno, Natan e Luan Cândido; Jadsom Silva, Emiliano Martínez (Luciano) e Pedrinho (Gabriel Novaes); Helinho (Cristiano), Hurtado (Alerrandro) e Cuello (Weverson). Técnico: Maurício Barbieri.