A estiagem dos últimos meses, a pior das últimas décadas, levou o Sistema Cantareira, formado por 6 represas, entre elas a Jaguari, a registrar o menor volume operacional nesta segunda-feira (4), com apenas 29,6%, armazenando 291,13 milhões de metros cúbicos, índice bem próximo daquele estocado como ‘volume morto’, de 287,5 milhões de m³.
Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), esse percentual fez o Sistema entrar em estado de ‘restrição’. No ano passado, neste mesmo período, o volume armazenado era de 43%.
Segundo analistas, com a perda diária entre 0,2% e 0,3% de seu volume, rapidamente a situação se encaminhará para aquela registrada na crise hídrica de 2014. Também afirmam que o impacto no volume máximo de água retirado terá que ser menor, o que pode levar a cortes e racionamentos.
Em setembro choveu 34,7 milímetros para uma média histórica de 83,2 milímetros, ou seja, 41% menos que o esperado.
Redução – A Sabesp, empresa que opera o Cantareira e mais outros seis sistemas, se recusa a determinar racionamento em todos os municípios da Grande São Paulo, e diz que no máximo vai reduzir a pressão nas tubulações, para o que chamou de ‘preservar os sistemas de abastecimento’.
A expectativa da empresa é que as chuvas cheguem agora em outubro e com isso a situação seja atenuada. Porém, voltar ao patamar entre 40% e 60%, ainda de acordo com os especialistas, não vai ser tarefa fácil.
O Sistema Cantareira é formado pelas represas Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras, e abastece 7,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo, além das populações de inúmeras cidades do interior do Estado.
Consumo – Em recente reportagem, a GB publicou, com dados fornecidos pela Sabesp, que em Bragança cada habitante consome 170 litros/dia de água. É um volume acima da média registrada por pessoa em nível nacional, cujo consumo é de 154 litros/dia. Isso significa que os bragantinos usam diariamente 10,3% mais água que o restante da população brasileira. Se levado em conta a média recomendada pela Organização Mundial de da Saúde (OMS), que é de 110 litros em média, por dia, os moradores do município consomem 60 litros a mais.
Ainda de acordo com dados da Sabesp, Bragança tem hoje, na média, 68 mil ligações de água.
Faixas – Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), foram adotadas faixas de acordo com a capacidade de volume operacional: mais de 60% (normal), entre 40% e 60% (atenção), 30% e 40% (alerta), 20% e 30% (restrição) e menos de 20% (especial).