Após detalhado estudo e empenho do secretário Adilson Condesso e de toda a equipe da secretaria de Educação do município, o programa escola em período integral foi ampliado e atenderá toda a zona periférica da cidade a partir de 2022.
As Escolas Municipais Antônio Dorival M. de Oliveira, no Jardim Iguatemi/Green Park, Profª Lúcia Helena Pugiali, no Toró, Profº Carlos Frederico dos Santos Silva,no Jardim Jd. São Miguel, Profº Fernando Amos Siriani, Jardim Fraternidade, Profª Zitta de Mello Barbosa Penha e Profº Dr. Francisco Murilo Pinto, no Jardim Águas Claras, atenderão mais de 2 mil crianças. O anúncio foi feito na manhã de quinta-feira (16), na Escola Municipal Prof. Francisco Murilo Pinto, no Jardim Águas Claras, uma das contempladas pelo programa e que atende 660 crianças.
Com isso, a Prefeitura chega a 10 educandários atendendo em período integral, com carga de 9 horas diárias, chegando a mais de 3.500 vagas ofertadas em 2022, ultrapassando 1/3 das vagas de ensino fundamental. E esse número deve aumentar ainda mais, pelo menos é o que almeja o titular da Educação.
Ele atendeu a reportagem da GB e GB Norte, explicou o projeto visionário e cravou que a meta é ter metade das vagas do ensino fundamental em tempo integral até o fim da administração em 2024. Ainda destacou o apoio do prefeito Jesus Chedid, do vice-prefeito Amauri Sodré e do deputado estadual Edmir Chedid, que vai até os governos estadual e federal em busca de recursos para a Educação bragantina. “Nunca, disseram não para mim em nada. Nunca disseram para aquilo que fosse para a educação de Bragança e isso dá incentivo para gente trabalhar”, disse Condesso, sobre o prefeito Jesus Chedid e o vice-prefeito Amauri Sodré.
O início – Segundo Condesso, desde 2017, quando assumiu a secretaria na gestão passada, é feito um estudo para que o programa de ensino integral seja ampliado. Ele disse que nessa época apenas uma escola atendia nesse modelo, a E.M. Dr. Prof. Des. Paulo Sergio Fernandes de Oliveira. Porém, a escola não era formalizada legalmente, o que de imediato foi feito pela equipe da secretaria.
Além o imbróglio administrativo, a escola utilizava um modelo de ensino que em um período os alunos tinham aulas normais da grade e no período contrário praticavam atividades desenvolvidas por professores da rede afastados da sala de aula, ou seja, se tirava um professor da sala de aula para se levar para o ensino integral, com a mesma carga horária, o que tornou esse modelo inviável. “Nós percebemos que esse modelo, além de não ser prático, impedia a expansão do programa. Se você tem que afastar um grupo para dobrar tem que se contratar o dobro. Então se tem 1 mil professores, vamos ter 2 mil”, explicou o secretário, que acrescentou que há um limite de gastos para contratação na área de Educação que não pode ser extrapolado.
Com o compromisso da Administração Jesus Chedid de se criar mais escolas em tempo integral, com responsabilidade fiscal e, acima de tudo, com qualidade de ensino, Condesso e toda a equipe da secretaria foram em busca de modelos, visitando cidades, estudando opções até chegar ao que está implantado na cidade. Segundo o secretário, os estudos levaram ao sistema de trabalho com oficineiros, que é um caminho alternativo, dentro da legalidade e que dá para a administração bancar financeiramente sem afetar o trabalho das outras escolas. “Se a criança estuda de manhã, ela tem o currículo formal, normal, 200 dias letivos, professores habilitados, efetivos trabalhando. À tarde, ela tem a formação com viés mais lúdico, através de aula de canto, música, atividades recreativas, e outras ações como jogos de raciocínio. De acordo com a demanda monta-se um currículo e isso é desenvolvido por profissionais de uma empresa que é contratada” explicou.
Uma equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação é responsável em analisar, implantar e acompanhar os projetos enviados pelas oficinas às escolas, conforme o decreto municipal 2578, de outubro de 2017, que regulamenta a oferta da educação em tempo integral nas unidades escolares de ensino fundamental do Município.
O novo sistema foi implantado em 2020, porém, um mês depois, foi desencadeada a pandemia causada pela covid-19, e o contrato com a empresa Fenícia Cursos, Treinamento e Capacitação Ltda, empresa vencedora do certame para realizar o Modelo de Educação em Tempo Integral, foi suspenso. Com a retomada em agosto, o contrato foi novamente ativado. “Retomamos as atividades e funciona muito bem, nós estamos com praticamente todas as vagas ocupadas”, comemorou Condesso.
Matrículas – O secretário explicou que a matrícula de alunos para as Escolas em Tempo Integral também é regulamentada através do decreto 2578 e tem uma série de especificações diferentes da matrícula para meio período. “Quando se implanta a escola integral, a prioridade é o aluno que está na escola e cabe ao pai decidir se ele quer ou não. Se todos quiserem, a escola já abre sem vaga. Não é assim que acontece, sempre tem uns 10, 20% que não querem. A partir do momento em que eles não querem, esses alunos são liberados para escolas próximas e essas vagas são encaminhadas para a demanda coletiva”.
Segundo o decreto, os alunos que optarem pelo Ensino em Tempo Integral devem cumprir a ordem de prioridade: Alunos já matriculados na escola onde ocorreu a implantação da jornada integral; Estudante que reside próximo a unidade escolar; Estudante que tenha irmãos estudando nessa unidade escolar, desde que tenha vaga; Análise do nível socioeconômico familiar; demais interessados mediante inscrição e declaração de formal interesse.
Novas unidades – Secretário e equipe continuam com os estudos de ampliação das unidades em tempo integral. Foram mais de 6 meses de análises e estudos para a implantação dessas seis unidades em tempo integral. “Você não escolhe escola (para implantação do tempo integral) porque achou o prédio bonito. Você tem que avaliar alguns critérios. Tem estrutura física para o atendimento, porque, se o aluno da manhã vai ficar no período da tarde em atividades lúdicas, tem que ter espaço diferente para ele, até porque o aluno da tarde vai ter que usar a sala de aula, então não é qualquer prédio que comporta”, explicou Condesso. Ele ainda destacou que após a análise estrutural podem ser feitas algumas adequações pontuais.
Um dos pontos mais analisados para a implantação dessas seis escolas foi a questão socioeconômica. Em uma ótica comparativa simples o secretário explicou que a implantação de uma escola em tempo integral na região central, tem menor probabilidade de adesão do que em regiões de baixo poder econômico, onde a maior parte dos familiares trabalham e não tem com quem deixar a criança.
“Temos escola integral no entorno da cidade. Jardim São Miguel, Iguatemi e Green Park, Fraternidade, Águas Claras, Toró e Penha. Conseguimos criar um mecanismo em que descentralizamos a Escola em Tempo Integral e expandimos para o entorno da cidade”, explicou o secretário, que ainda disse que das 72 unidades de ensino, 67 são nas zonas periféricas da cidade e zona rural, restando 5 na região sul da cidade, tendo a escola Jorge Tibiriçá como ponto central.
Com a abertura dessas seis novas escolas, quem está longe, como por exemplo, um aluno que reside no Jardim São Miguel e estuda na Escola Municipal Padre Donato Vaglio, na Vila Bianchi, passará a estudar na E.M Profº Carlos Frederico dos Santos Silva, no São Miguel, pela proximidade com sua residência e uma vaga se abre na Padre Donato.
Licitação – Com as escolas escolhidas, será lançada a licitação para a empresa que irá atender essas unidades com os oficineiros. As interessadas têm que ter uma série de requisitos mínimos e após apresentá-los passam por uma rigorosa comissão que irá analisar a habilitação das empresas. Após essa etapa, quem fizer a melhor oferta será a vencedora do certame.