A estiagem em toda a região segue diminuindo o nível de água do Sistema Cantareira, que congrega seis represas e abastece a Região Metropolitana de São Paulo e cidades do Interior do Estado, dentre elas Bragança.
Se a falta de chuva preocupa, o consumo de água também. O bragantino consome 170 litros/dia, segundo informações obtidas pela reportagem junto à Sabesp. Todo esse volume é captado através de rios e ribeirões que despejam suas águas na Represa Jaguari.
É um consumo acima da média registrada por pessoa em nível nacional, que é de 154 litros/dia, o que significa que em Bragança as pessoas consomem diariamente 10,3%% mais água que a população brasileira. Em relação à média recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 110 litros, em média, por dia, os moradores do município consomem 60 litros a mais.
No período mais crítico do isolamento social estima-se que o consumo de água pela população tenha sofrido uma elevação média de 20% na cidade. Bragança contabiliza hoje, ainda de acordo com dados da Sabesp, em média, 68 mil ligações de água.
Consciente – Embora divulgue campanhas pela televisão para que as pessoas façam sua parte neste momento de queda no nível das represas e colaborem para o uso consciente da água, a Sabesp ainda não viu melhora nos níveis de seus reservatórios.
A empresa destaca que o objetivo é preservar os mananciais e evitar que medidas como rodízio ou racionamento tenham que ser adotadas, mesmo admitindo que a necessidade de um racionamento já não está mais totalmente descartada.
Sistema – De acordo com os últimos dados divulgados pela Sabesp, na manhã de domingo (22) o sistema registrava 38,2% em seu volume operacional, dentro da faixa de estado de alerta, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
O volume útil armazenado era de 375,3 milhões de metros cúbicos, enquanto no mesmo período do ano passado era de 482,2 milhões de m³. Naquela oportunidade o volume operacional era de 49,1%. Desde o início de agosto, choveu apenas 0,7 mm, para uma média histórica de 33,2 milímetros. Em 2020, no mesmo período, foram 43,7 mm de chuva, para uma média histórica de 35,1 milímetros, ou seja, choveu mais que o esperado para o período.
Crise – A situação, de acordo com especialistas, é preocupante, pois as chuvas, segundo os institutos de meteorologia, podem aparecer somente a partir de novembro e até lá o armazenamento de água nas represas deve reduzir ainda mais e repetir os índices e a situação da crise hídrica de 2014.
Em várias cidades brasileiras já foi adotado o racionamento, inclusive em municípios do interior de São Paulo. Os outros seis sistemas do Estado, à exemplo do Cantareira, também tiveram recuo em seus volumes, o que agrava ainda mais o abastecimento.
No mês de maio, o Governo Federal emitiu um alerta de emergência, pois cinco estados que compõem a bacia do Rio Paraná (inclusive São Paulo), registram a pior seca em 91 anos.
Faixas – Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), foram adotadas faixas de acordo com a capacidade de volume operacional: mais de 60% (normal), entre 40% e 60% (atenção), 30% e 40% (alerta), 20% e 30% (restrição) e menos de 20% (especial).