Uma partida que se desenhava fácil quase termina em pesadelo para o Bragantino na noite desta terça-feira (10) na Argentina. Após abrir 2 x 0 e 3 x 1, permitiu que o Rosário Central empatasse duas vezes por falhas absurdas do sistema defensivo. A zaga do Massa Bruta é o setor temerário da equipe. Jogadas aéreas causam pânico e até Léo Ortiz, um jogador de nível alto, acabou naufragando em meio à mediocridade de seus companheiros.
Erros primários levaram um jogo praticamente ganho, com sobras, para uma volta em Bragança, na próxima semana, com pouca margem para erros. A vantagem de no mínimo dois gols fora de casa foi desfeita por zagueiros lentos e sem noção de espaço dentro da área.
O Bragantino foi melhor durante os 90 minutos? Foi! E mostrou todos os atributos que tem em seu repertório. Mas não é aceitável uma composição defensiva com tantas falhas, mesmo cenário que se vê no Brasileirão, em que é uma das mais vazadas.
A noite mágica de Artur, autor de três gols e da assistência a Praxedes na abertura do marcador, no entanto, não pode esconder a péssima atuação da defesa.
O Bragantino fez um primeiro tempo quase perfeito. Teve o controle das ações, da posse de bola, mostrou um jogo vertical, com transições rápidas e por isso construiu a vantagem de 3 x 1.
Mesmo assim a zaga mostrou errou muito, mesmo com um Rosário desordenado em muitos momentos. Logo aos 7 minutos Raul chutou da entrada da área e a bola caprichosamente se chocou contra a trave; mas Praxedes aproveitou um cruzamento perfeito de Artur e abriu o marcador aos 15’. Lucas Evangelista viu Artur entrando pela direita, fez o lançamento e o atacante, já dentro da área, enxergou Praxedes livre de marcação e cruzou com perfeição. Um minuto depois, de novo com Praxedes, teve a chance de ampliar, mas de frente para o gol chutou para fora; aos 22’, o Braga fez 2 x 0 em penalidade máxima sofrida por Lucas Evangelista, que foi empurrado dentro da pequena área por Almada, após nova assistência de Artur, que se encarregou da cobrança e ampliou.
Passados 20 minutos, a zaga do Massa Bruta começou a dar defeito. Muitos defeitos. E aos 22’, em jogada pela direita, Martinez, livre, cruzou para o miolo de zaga e encontrou Marco Rúben sem marcação, que desviou para as redes.
Aos 35’, de novo pela direita e sem a marcação de Edimar, Zabala bate cruzado e a bola percorre toda a extensão da pequena área, saindo à esquerda, com perigo. Aos 42’ Cuello percebeu Artur entrando livre de marcação pela direita, cruzou e o artilheiro da noite não desperdiçou a chance, fechando o primeiro tempo com 3 x 1.
Etapa complementar – Nos 45 minutos finais houve equilíbrio entre as equipes, ambas criando várias oportunidades de alterar o marcador. E a primeira chance do Rosário foi convertida em gol aos 9’, pelo setor esquerdo de ataque. Blanco, sozinho, bateu a gol, a bola tocou no zagueiro e voltou e um cruzamento entre os zagueiros encontrou Marco Rúben, que numa meia-bicicleta diminuiu para o Rosário. Aos 14’ o Bragantino quase amplia depois de falta cobrada por Cuello que encontrou Léo Ortiz que cabeceou forte e a bola saiu rente à trave. Aos 16’ o Rosário chega com Zabala em cruzamento para o interior da área, novamente entre os zagueiros, e encontra Caraglio, que de cabeça empata. Para sacramentar o resultado, Aderlan, aos 27’, faz uma ligação direta entre defesa e ataque, o zagueiro tenta interceptar, não consegue e a bola sobra para Artur, na entrada da área colocar o Bragantino novamente à frente, naquele que seria o placar final.
ATUAÇÕES
Cleiton: Pouco poderia ter feito nos gols dos argentinos. Ficou vendido nas três oportunidades. Nota 7.
Aderlan: De novo oscilou em sua apresentação, desta vez com falhas na marcação e pouco inspirado para apoiar ofensivamente. Nota 5,0.
Fabrício Bruno: Assistiu os dois primeiros gols do Rosário, é alto mas falha seguidamente em jogadas aéreas e ruim quando precisa fazer coberturas. Nota 4,0.
Léo Ortiz: É um excelente jogador, mas afundou junto com seus companheiros de zaga. Nota 5,0.
Edimar: Dois gols nasceram pelo seu setor. Dificilmente está posicionado para dar o primeiro combate, e a isso soma-se a sua lentidão. Nota 4,0.
Raul: Um primeiro tempo foi quase perfeito. Depois se viu envolvido pela atuação temerária da zaga. Ainda assim, o melhor do meio-campo. Nota 6,0.
Lucas Evangelista: Um primeiro tempo bom e queda de produção na etapa complementar. Nota 5,5.
Praxedes: Além do gol, em que demonstrou visão de jogo, teve mais duas oportunidades. Caiu de rendimento e acabou substituído. Nota 7,0.
Artur: O dono da noite. Atuação primorosa. E se consagrou com a marcação de três gols. Nota 9,0.
Ytalo: Mero espectador, lento nas movimentações e longe das suas melhores jornadas. E demorou a ser substituído. Nota 5,0.
Cuello: Tomou conta da posição e completa bem o meio-campo e o setor ofensivo pela esquerda. Nota 7,5.
Barbieri: Errou ao não fazer substituições antes dos 20’ da etapa final, pois vários dos que estavam em campo mostravam deficiências. Não conseguiu consertar os erros frequentes da defesa. Nota 5,0.
Eric Ramires e Helinho entraram aos 30’ e Helinho logo conseguiu um cartão amarelo; Alerrandro entrou aos 35’ e Hurtado aos 48’, e nada conseguiram de positivo.
O jogo da volta acontece na próxima terça-feira (17), no Nabizão, e o Bragantino joga por um empate. Se perder por 1 x 0 leva a decisão para os pênaltis e por 2 gols de diferença acaba eliminado. O Rosário pode avançar se vencer por um gol de diferença, porém com placar superior a 4 x 3.
ROSARIO CENTRAL 3 x 4 BRAGANTINO
Copa Sul-Americana – Quartas de Final
Data: 10/08/2021 (terça-feira, 19h15)
Local: Estádio Gigante de Arroyito, em Rosario (ARG)
Árbitro: Diego Mirko Haro Sueldo (PER) – Assistentes: Jonny Max Bossio Moncada (PER) e Eduardo Cardozo (PAR)
Cartões Amarelos: Almada, Ojeda, Ferreyra e Jorge Broun (Rosário) e Fabrício Bruno e Helinho (Bragantino)
Gols: Praxedes aos 15′, Artur aos 19′, aos 42’ e aos 72’ (Bragantino) e Marco Rúben aos 22′ e aos 54’ e Caraglio aos 63’ (Rosário)
ROSARIO CENTRAL: Jorge Broun; Martínez (Torrent), Almada, Gastón Ávila e Lautaro Blanco; Ojdeda, Zabala, Ferreyra (Lo Celso) e Vecchio; Milton Caraglio (Martínez) e Marco Rúben. Técnico: Kily González
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Léo Ortiz, Fabrício Bruno e Edimar; Raul, Lucas Evangelista (Hurtado) e Praxedes (Eric Ramires); Artur, Ytalo (Alerrandro) e Cuello (Helinho). Técnico: Maurício Barbieri