A primeira derrota do Bragantino no Brasileirão veio na esteira do mau futebol que o time vem apresentando nas últimas quatro rodadas. Sem repertório, com uma defesa temerária e um meio-campo pouco produtivo, foram 12 pontos em disputa e apenas 3 conquistados, aproveitamento pífio de 25%.
Diante do tricolor cearense, o que se viu em campo foi um repeteco daquilo que foi visto nos empates diante de Cuiabá, Athletico-PR e Santos. Só que desta vez, teve pela frente uma equipe com esquema defensivo eficiente, que não leva gols há quatro jogos, cujo propósito, alcançado por sinal, foi o de ‘cozinhar’ o Bragantino ao longo dos 90 minutos e, embora não tivesse sido superior, soube garantir a vantagem conquistada no primeiro tempo.
Com o esquema 3-5-2, Vojvoda conseguiu um controle defensivo que pouco permitiu ao Bragantino, e ofensivamente aproveitou as poucas chances criadas. A primeira delas logo aos 12’, em jogada construída no meio campo com Igor Torres, que tocou a Pikachu e este, de cabeça, serviu Robson entrando pelo lado direito que chutou sem chances para Cleiton. Duas observações: Edimar não estava onde deveria e Fabrício Bruno correu ‘não querendo’ chegar, como que não acreditando na conclusão do atacante.
Aos 22’, em jogada ensaiada na cobrança de escanteio, a bola chegou livre na meia-lua da área e Pikachu, livre de marcação, emendou a gol e a bola se chocou contra o travessão, impedindo o segundo gol.
A primeira jogada de perigo do Bragantino foi aos 29’, com Cuello pela esquerda, que cruzou para a pequena área, a zaga não cortou e Praxedes ficou, como se dizia antigamente, ‘ele, a bola, o goleiro e o gol’. E conseguiu chutar na trave. Aos 34’, novamente Cuello, desta vez partindo de sua intermediária, chegou até a entrada da área do Fortaleza mas chutou nas mãos de Boeck. Já nos acréscimos, novamente a defesa do time de Barbieri foi facilmente envolvida e após rebote de Cleiton, Robson mandou para as redes. Sua posição de impedimento, no entanto, invalidou a jogada. O esquema de Vojvoda funcionou, o de Barbieri fracassou e, para os estatísticos, um dado importante: 22 faltas em 45 minutos. Ou seja, jogo truncado, pouco criativo e com cinco chutes a gol na soma dos dois times.
Etapa final – O que já não era tão bom, piorou mais no segundo tempo. O número de faltas novamente foi absurdo (31), o Fortaleza preferiu passar o tempo tocando bola em seu setor defensivo e apenas explorar os contra-ataques. Diante de um Bragantino impotente, sem nenhuma criatividade, segurar o resultado até que não foi complicado.
O Bragantino tentou logo de início conseguir o empate e aos 4’, em cobrança de falta de Artur, Fabrício Bruno cabeceou com perigo mas a bola saiu. Aos 8’, Praxedes mais uma vez em condição de marcar, bateu para fora. E a partir daí o que se viu foi um ‘bumba meu boi’, um festival de passes errados, faltas em profusão e pouco futebol. Aos 41’ o Fortaleza teve oportunidade de ampliar, depois de uma pixotada de Jadsom Silva que Ronald aproveitou, chutou a gol, Cleiton novamente fez boa defesa e Osvaldo, de posse do rebote, de cara para o gol, bateu para fora. Num último suspiro, o Bragantino quase empata com Aderlan, 49’, que recebeu de Jadsom, entrou na área pela direita e bateu forte, para grande defesa de Boeck. E fim de jogo!
Expulsão – Mais uma vez o técnico Maurício Barbieri foi expulso, depois de ter sido advertido com cartão amarelo e insistir nas reclamações. A necessidade que o treinador tem de ser protagonista, mais uma vez vai afastá-lo de campo, agora na partida contra o Grêmio.
Sábado – O Bragantino volta a campo pela 14ª rodada no próximo sábado (31), no Nabizão, quando recebe o Grêmio de Felipe Scolari, às 21 horas.
ATUAÇÕES
Cleiton: Tem passado sufoco com uma zaga bastante falha. Sem culpa no gol, fez pelo menos outras duas boas defesas.
Aderlan: Melhorou no segundo tempo quando procurou ajudar mais ofensivamente. Merecia ter feito o gol no último minuto.
Léo Ortiz: Joga sozinho. Novamente se destacou em meio à mediocridade de seus companheiros.
Fabrício Bruno: Defensivamente é muito ruim. No gol do Fortaleza apenas assistiu Robson concluir a gol. Ou é um dos jogadores preferidos do técnico ou não tem substituto à altura.
Edimar: Inacreditável como ainda é titular. Defensivamente não tem mais a velocidade que se espera de um lateral e ofensivamente não produziu nada. No gol de Robson, estava na intermediária.
Raul: Acabou afundando com a ruindade dos demais. Falhou muito na proteção à zaga e não ajudou na armação de jogadas.
Lucas Evangelista: Parece sentir muita falta de Claudinho. Novamente uma atuação muito aquém daquelas que costuma produzir.
Praxedes: Perdeu dois gols que poderiam ter feito a diferença no resultado. Parece que ainda não conseguiu se entrosar.
Artur: Boa partida, mas sozinho fica difícil. Correu muito, mas esbarrou em uma defesa muito bem armada do Fortaleza.
Ytalo: Poucas oportunidades de concluir a gol.
Cuello: O melhor do time. Defendeu e atacou com a mesma vontade, criou as poucas oportunidades de perigo e saiu cansado.
Helinho, Eric Ramires e Alerrandro: Entraram faltando pouco mais de 10 minutos para o término. O que poderiam ter feito em um time sem inspiração, sem qualquer criatividade. Eric Ramires, demonstrando descontrole, conseguiu levar cartão amarelo depois de encerrada a partida.
Weverson e Jadsom Silva: Entraram aos 23’ do segundo tempo, para substituir Edimar e Raul, respectivamente, mas já era tarde. Jadsom quase entrega o ‘ouro’ no final, mas o Fortaleza desperdiçou.
Barbieri: Um comandante que coleciona cartões amarelos em profusão e outros tantos vermelhos, não pode passar estabilidade emocional ao time. Sua busca incessante por protagonismo atrapalha. Errou ao fazer as mudanças tarde demais. E o time não sabe jogar de outra forma, mesmo quando o esquema não funciona.
FORTALEZA 1 x 0 BRAGANTINO
Local: Arena Castelão, Fortaleza (CE)
Data: 25 de julho de 2021 (domingo, 16 horas)
Árbitro: Bruno Arleu de Araujo (RJ) – Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa (RJ) e Thiago Henrique Neto Correa Farinha (RJ)
Público e renda: Portões fechados
Gol: Robson aos 12’ (Fortaleza)
Cartões amarelos: Matheus Jussa, Tinga, Matheus Vargas, Felipe (Fortaleza) e Ramires (Bragantino)
Cartão vermelho: Maurício Barbieri
FORTALEZA: Marcelo Boeck; Tinga, Marcelo Benevenuto e Matheus Jussa; Yago Pikachu (Bruno Melo), Éderson, Felipe, Matheus Vargas (Ronald) e Lucas Crispim; Igor Torres (Jackson) e Robson (Osvaldo). Técnico: Juan Pablo Vojvoda
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Edimar (Weverson); Raul (Jadsom Silva), Lucas Evangelista (Eric Ramires) e Praxedes; Artur, Cuello (Helinho) e Ytalo (Alerrandro). Técnico: Maurício Barbieri.