Bragança Paulista, também conhecida como “Cidade Poesia” e “Capital Nacional da Linguiça”, conta quase 260 anos, sendo uma das doze estâncias climáticas do Estado de São Paulo. Seu centro histórico é antigo e possui ruas estreitas, antigamente denominadas “leitos carroçáveis”, por onde se deslocavam carroças e cavaleiros, basicamente, pois não existiam veículos automotores, nos séculos XVIII e XIX.
A cidade cresceu e com ela a população e a frota de veículos, mas, lamentavelmente, não foram feitos investimentos no sistema viário, nos últimos anos, além do excelente recapeamento realizado pela atual administração, em quase toda a cidade. Mesmo que tivesse havido tal planejamento, poucas alternativas existiriam para a região do centro. Um grande estacionamento, onde há o terminal de ônibus (antiga rodoviária) já foi pensado e até prometido, mas não saiu do papel.
Infelizmente, há muito vinha sendo sentida a necessidade de se ampliar o raio da “zona azul”, com cobrança eletrônica, a exemplo do que ocorre em Atibaia, pois era muito difícil parar na região central e os estacionamentos particulares estão caros demais.
A ampliação da área de estacionamento rotativo tarifado, no centro velho, trouxe bons resultados.
Anteriormente, comerciantes e seus colaboradores, mantinham estacionados seus veículos – muitas vezes até de fronte ao próprio negócio – durante longos períodos, ou até por todo o horário comercial, o que dificultava o acesso de consumidores em potencial e demais usuários dos serviços prestados na região.
Eu mesmo era “vítima” de tais práticas, pois tenho escritório na Rua Santa Clara. Meus clientes não tinham como estacionar nas proximidades, durante o horário comercial, desde bem cedo. Quando me mudei para o local, em 2005, a situação era relativamente tranquila, mas aquele “pedaço” se tornou muito comercial e passou a abrigar várias clínicas, escritórios e consultórios.
Agora, com a ampliação da abrangência da “zona azul” (seria melhor a denominação “território”), creio que ficará muito melhor.
É evidente que muita gente está reclamando, mas não tem o que fazer! Creio, também, que será bom para o comércio, pois, como disse, haverá um aumento das vagas disponíveis, tendo em vista a diminuição de sua ocupação por comerciantes e colaboradores do centro. A rotatividade é medida igualitária, pois confere oportunidade a todos.
Concluo que a medida é um mal necessário, mas, certamente não está agradando gregos e troianos.
Em sentido diametralmente oposto, a proliferação dos radares não é medida que aprovo, totalmente. Não tenho dúvidas de que precisamos de radares em vias como a Avenida Imigrantes, como também em diversos cruzamentos da cidade, pois estamos falando na preservação de vidas. Por outro lado, existem dispositivos que não tem função alguma e que somente servem para surpreender qualquer “escorregadela” dos motoristas incautos, para flagelá-los com multas e em seus prontuários (pontuação). Sugiro rigoroso controle, por parte das Secretarias competentes, sobre a empresa que administra os radares, notadamente no tocante à sua localização e definição de limites de velocidade.
O progresso passa, necessariamente, pela ampliação dos mecanismos de fomento à cidadania, da elevação dos padrões de educação, respeito e espírito de convivência em coletividade.