Não bastasse a terrível situação instalada pelo Covid-19, que já ceifou milhões de vida, quebrou empresas e desgraçou famílias, somos obrigados a constatar a ocorrência de fraudes no acesso às vacinas.
Os noticiários nacionais têm trazido investigações em curso, envolvendo pessoas poderosas e até políticos, lamentavelmente.
Tais práticas, além de configurarem crime (s), são extremamente reprováveis, mesquinhas e desumanas, pois tem sempre alguém prejudicado. Sim, aqueles mais necessitados, que foram preteridos! A gravidade se torna ainda maior por tratar-se de situação de vida ou morte. É um pecado mortal!
A “Lei de Gerson” parece mesmo irrevogável. Passados quase cinquenta anos de sua criação, ainda está em pleno vigor.
Para quem não sabe, em meados dos anos setenta, existia uma propaganda de cigarros protagonizada pelo craque meio-campista Gerson, herói da Copa de 1970 (tricampeonato). Depois de recomendar o produto fumígero, o futebolista arrematava: “O importante é levar vantagem em tudo, certo?”.
Em pouco tempo, a frase, aparentemente inofensiva, passou a ser usada como um verdadeiro slogan da malandragem. Para aqueles que a propalavam, maliciosamente, era preciso se aproveitar, em todas as situações, driblar, mesmo! Foi assim que surgiu a chamada “Lei de Gerson”. Segundo consta, o atleta ficou muito mal, com tudo isso.
A única forma de nos defendermos de tais espertalhões egoístas é sua denúncia, às autoridades, para que passem a responder, perante a Justiça Criminal.
É uma questão de consciência. Claro que a esmagadora maioria da população está ansiosa pela vacinação, mas isto não pode ser uma sandice, como se estivéssemos num naufrágio, tentando apanhar a “taboa da salvação”.
Os critérios científicos e humanitários utilizados no escalonamento do agendamento dos vários grupos prioritários parecem justos e não nos compete questioná-los. Nossa obrigação cidadã é denunciar, sem dó, os “Gersons-Covid”!