Por Ana Paula Alberti
Em um ano atípico, Bragança completa hoje 257 anos, sem festa. O cenário pandêmico que vivemos, privou a população de comemorar, mas diante da atual situação, não poderia ser diferente.
No ano passado 25 mil pessoas se reuniram em um show comemorativo, e hoje 1 ano depois, cerca de 160 mil bragantinos devem ficar em suas casas, prezando pela sua saúde e do próximo, sem aglomerações. A tradicional decoração natalina, que tanto encanta esse ano será para observação e não interação. E mesmo assim, encantará crianças e adultos que acreditam em dias melhores.
Apesar do difícil ano, ainda há o que se comemorar. A cidade, está se reestruturando, reorganizando, claramente vivemos dias mais prósperos, após anos de abandono. Além disso na pandemia, muitos entenderam que a empatia é necessária para se viver em uma sociedade saudável e próspera. Muitas pessoas, entenderam o valor da família, seja biológica ou a que se escolheu ter, muitos sofreram com a solidão e entenderam a dificuldade de estar sozinho e assim muitos valorizaram a importância da companhia, da interação pessoal, amigos, pais, avós, filhos. Pais e crianças entenderam a importância da escola em suas vidas, filhos entenderam a dedicação dos pais que por sua vez aprenderam que trabalho não vem em primeiro lugar. O mundo virtual começou a ser visto como uma ferramenta de interação, aprendizado e trabalho, e não mais futilidade e pesquisas vazias.
Nossa cidade perdeu 93 vidas para a covid-19, são 93 famílias que não têm mais seus entes aqui para compartilhar, e ainda assim, mesmo com muitos entendendo e se solidarizando com a dor do próximo, ainda se vê muitos outros que não se importam. É triste.
Cabe a nós fazermos nossa parte, para que todos passemos por essa fase da melhor forma possível. Ao governo cabe a fiscalização e punição, se for necessário, aos que não entendem a palavra respeito, é um dever do Estado, zelar por todos.
Em tempos difíceis é que conhecemos a essência de cada um, felizmente muitos querem ver tudo isso acabar e cumprem e mantém as orientações necessárias para que isso ocorra da forma mais rápida e sem danos possíveis. Aos que fazem outras escolhas, que entendam também que sempre haverá consequência, e que conviverão com isso, gostando ou não.
À Bragança desejo prosperidade e união, que o ano que vem seja de muitas comemorações do jeito que a gente gosta. Mas enquanto isso, que nos cuidemos com empatia e respeito.