Inúmeras foram as análises após nova derrota do Bragantino na noite de quinta-feira (29) para o Palmeias, jogo de ida da Copa do Brasil. Uma síntese delas todas revela que o técnico Maurício Barbieri foi quem facilitou as coisas para o Verdão. Sim, porque não se enfrenta em time em ascensão, que joga com dois pontas rápidos, com apenas um volante.
Isso ficou evidente e ainda mais grave quando se sabe que os dois laterais do Bragantino avançam com constância e demoram a recompor o setor defensivo. O Palmeiras soube como ninguém explorar isso e os três gols que marcou nasceram pelas duas laterais do campo: o primeiro pela esquerda, em que ficaram pelo caminho Aderlan, Ricardo Ryller e Léo Ortiz, e os outros dois pela direita, com Edimar fora de posição e um Ligger sem fôlego para a necessária cobertura.
Esse quadro não foi sozinho o responsável pelo insucesso do Massa Bruta. O time esteve desconcentrado, lento, e a insistência em se manter Artur na equipe titular é incompreensível. Há muito tempo não joga nada, tem se mostrado previsível e isso facilita a marcação adversária. Claudinho, embora procurasse criar o tempo todo, também sentia a jornada ruim de seus companheiros.
Na etapa final o time mudou um pouco sua postura, mas Barbieri faz alterações tardiamente, insiste com jogadores que não estão em boa fase. É preciso mudar isso. Duas substituições foram feitas aos 86 minutos. Esse tipo de ação só se faz quando o resultado está garantido, não quando se está atrás no marcador.
O que fica de saldo dessa partida é que o time, quando teve pela frente um adversário superior a Sport e Goiás, voltou a cometer os mesmos erros: displicência, lentidão, falta de criatividade e time mal escalado. E Barbieri não vai ter Raul no jogo de volta, como não teve anteontem. Não que Raul seja o salvador da pátria, mas é volante de ofício e ajuda muito na marcação. Enfrentar um adversário com dois pontas rápidos, como teve o Palmeiras, com dois laterais lentos na recomposição da defesa e apenas um volante para cobrir os dois lados, é um convite ao desastre. E foi o que aconteceu.
Dá para reverter no jogo de volta? Nada é impossível, mas se insistir nos mesmos erros vai dar adeus à Copa.
COPA DO BRASIL
BRAGANTINO 1 X 3 PALMEIRAS
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 29 de outubro de 2020 (quinta-feira, 19 horas)
Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS) – Assistentes: Leirson Peng Martins (RS) e Lúcio Beiersdorf Flor (RS)
Público e renda: Portões fechados
Cartões amarelos: Edimar, Claudinho e Aderlan (Bragantino) e Raphael Veiga, Wesley e Felipe Mello (Palmeiras)
Gols: Raphael Veiga aos 4’, Wesley aos 17’ e Luís Adriano aos 27’ (Palmeiras) e Hurtado aos 82’ (Bragantino)
BRAGANTINO: Cleiton, Aderlan, Léo Ortiz, Ligger e Edimar; Ricardo Ryller (Uillian Correia), Lucas Evangelista e Claudinho (Cuello); Artur (Morato), Ytalo (Hurtado) e Bruno Tubarão (Luís Phelipe). Técnico: Maurício Barbieri.
PALMEIRAS: Weverton, Gabriel Menino, Luan, Gustavo Gomez e Viña; Felipe Mello, Zé Rafael e Raphael Veiga (Lucas Lima); Rony (William), Luís Adriano (Ramires) e Wesley (Gustavo Scarpa). Técnico: Adrey Lopes.