PAULO ALBERTI FILHO
A falta de comunicação adequada entre as secretarias Municipais, especialmente a SECOM, e os jornais impressos locais, está gerando descontentamento nas redações. Isso contribui com a desinformação de fatos cotidianos ou uma espécie de vampiragem digital.
Na sexta-feira, 24, a Prefeitura teve entre 13h e 20h30 para comunicar aos veículos impressos que circulam sábado (Gazeta Bragantina, GB NORTE e Bragança Jornal) que a reclassificação de Bragança para a fase laranja se daria de forma diferenciada do que ocorreu em outras ocasiões. Não o fez. Ainda na sexta-feira, os jornais consultaram, por volta das 16h, o gabinete do prefeito, sobre o assunto e a resposta foi que seguiria o Plano São Paulo. Mas não informou que, para Bragança a flexibilização seria diferente e mais aberta que a anterior.
Assim as redações e gráficas fecharam sua rotina de sexta-feira, dia da semana mais carregado de trabalho.
Por volta das 20h30 a Prefeitura publicou nas redes sociais um novo comunicado com as normas da flexibilização local para a fase laranja da Pandemia. Também expediu e-mail às redações no mesmo sentido. Acontece que as 20h30 as redações estavam fechadas e os jornais sendo impressos com as informações confirmadas pela prefeitura às 16h, portanto sem a atualização veiculada a noite.
No caso da Gazeta Bragantina e GB NORTE, embora estivesse com todo o sistema de pré-impressão concluído (redação, revisão, CTP e chapas de impressão já gravadas) ainda deu tempo, mesmo que remotamente, de copiar o comunicado da Prefeitura das redes sociais, converter em texto, desconstruir as edições que estavam para serem impressas, e construir novas edições. Prejuízo financeiro enorme para os dias atuais. Mas esse prejuízo, perante a credibilidade, a importância da notícia do fato e o respeito ao leitor, não representam nada. Assim, os dois jornais que deveriam estar prontos por volta das 21horas, foram concluídos por volta das 2 horas de sábado, 25, fator que também gerou despesas extras trabalhistas obrigatórias por trabalho desenvolvido após as 22 horas, além dos transtornos para alterações de logística para distribuição.
Já o Bragança Jornal, não teve tempo de atualizar, porque, assim como nós da GB, confiou na informação obtida às 16 horas, imprimiu a edição e distribuiu, antes das 20h30 quando a Prefeitura resolveu informar as alterações da fase à população pelas redes sociais. Bastava apenas que o Gabinete do Prefeito ou a SECOM informassem que haveria alteração significativa no comunicado para que as redações aguardassem para atualizar e imprimir as edições.
Me recuso acreditar que a SECOM ou o gabinete do prefeito não saibam das rotinas da Gazeta e do Bragança Jornal.
Enfim, é necessário que as secretarias municipais, principalmente a SECOM, procurem se ajustar com os veículos impressos com eficiência para evitar desserviços à mídia e a população, como ocorreu na sexta-feira, 24. Necessário também se faz que o tratamento aos jornais impressos seja diferenciado em tempo (horários), sem privilégios ou omissões.