Assassino diz que matou por “rixa” antiga
Milton Alves de Oliveira, de 53 anos, autor do homicídio que vitimou o moto taxista Amaurício Ap. da Silva, de 55 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira, 3, na cidade de Extrema. A prisão foi feita por Investigadores da Delegacia de Investigações Gerais – DIG, comandados pelo delegado Dr. José Glauco Silveira Lobo Ferreira, titular da especializada, que elucidaram o homicídio em menos de uma semana. A GB apurou que Milton confessou o crime e disse que premeditou a morte do desafeto, após uma briga entre os dois há alguns meses.
A prisão – A prisão foi feita nas primeiras horas desta sexta feita em uma chácara no bairro São Brás em Extrema, próximo ao bairro das Furnas. Um dia antes investigadores da Especializada, fizeram campana e identificação do local. Milton não ofereceu resistência e confessou o crime. Ele disse que há algum tempo atrás, no período de Carnaval, Amaurício cruzou com ele no bairro do Lavapés e o agrediu com um capacete, quebrando seu ombro. Segundo apurado a briga foi motivada por uma rixa pelo ponto de moto táxi. Amaurício trabalhava há 13 anos no local e Milton trabalhou ali por cerca de 3 anos, porém a real motivação da briga não foi explicada pelo homicida. “Ele tomou uma surra em uma confusão que envolve trabalho de moto táxi. Essa surra ficou na cabeça dele até que ele achou um jeito de resolver isso matando” disse o delegado Dr. Glauco. Ele ainda relatou aos investigadores que premeditou a morte de Amaurício e que foi até o local no dia dos fatos para mata-lo. Milton disse que perdeu a arma do crime, uma garrucha de dois canos calibre 22, enquanto fugia. O homicida ainda disse que se desfez do capacete usado no dia do crime. Na casa foram encontrados um boné e um par de sapatos usados por ele e que condizem com as imagens coletadas no local do crime. Também foi apreendida a moto usada no crime.
Os investigadores ainda tiveram acesso a câmeras de monitoramento da cidade de Extrema, que confirmou a entrada de Milton na cidade, um dia depois do homicídio, com a moto usada no crime, usando os mesmos sapatos.
Investigação – As investigações começaram logo após o crime. Segundo o delegado Dr. Glauco, a primeira coisa que denotou o crime como execução, foi a forma em que Milton agiu. “A gente já acreditava que era um crime de execução, já que não houve anúncio de roubo e nada foi levado, e esse foi o primeiro passo para o trabalho” explicou o delegado. Os investigadores, chefiados por Eduardo Rios Salles, chefe de investigações da Especializada, começaram a estudar a vítima e seus possíveis desafetos. Segundo apurado pela reportagem, o aparelho celular da vítima foi vasculhado atrás de pistas que denotassem um crime por vingança ou passional, porém nenhuma prova foi encontrada.
O segundo passo da equipe de Investigadores, composta pelos policiais civis Edilson e Jeferson, foi descobrir a placa da moto. Através de um vídeo que foi amplamente divulgado pelas redes sociais, eles conseguiram com o tratamento e softwares específicos, chegar ao emplacamento e identificar a motocicleta com placa de Extrema, QUM-2711. Eles identificaram ainda uma pessoa que usava a motocicleta, chegando a prendê-la, porém em sua oitiva, declarou que quem usava a moto era Milton. A partir daí as investigações foram voltadas para Milton, e em oitivas de pessoas próximas, a equipe de investigadores descobriu que ele estava sempre mudando de local, se escondendo em chácaras na cidade de Extrema e Pedra Bela. Situação que causou estranheza aos próprios familiares. Com base nessas informações o delegado Dr. Glauco, pediu a prisão de Milton que foi expedida pela Justiça.
O crime – O crime aconteceu às 16h55, na rua Santa Bárbara, no centro e chocou os frequentadores da movimentada Rodoviária João Solis, na região central da cidade. A vítima, o moto taxista Amaurício Ap. da Silva, 55 anos, sequer teve chance de reação e foi baleada fatalmente na região da axila. O Samu e o Resgate do Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar os atendimentos a Amaurício porém ele morreu no local. A delegada de plantão, Dra. Aline Alessandra M. F. Ferreira, esteve no local juntamente com investigadores da Polícia Civil e peritos do Instituto de Criminalística. O caso foi registrado no Plantão Central da Polícia Civil.
Imagens – Um vídeo registrou o momento do crime e foi amplamente divulgado nas redes sociais, o que inclusive pode atrapalhar a polícia na investigação. Felizmente esse não foi o caso, porém o delegado Dr. Glauco alerta a população para que não divulguem essas imagens que procurem a polícia para ajudar o trabalho investigativo. “A comunidade fica chocada com esse tipo de crime, mas isso realmente atrapalha (divulgação de vídeos nas redes sociais) porque é aqui que tem que correr todo o trabalho. Então quando menos a população falar e divulgar em redes sociais essas informações é melhor. O local certo para divulgar é aqui. Deixo uma mensagem, para que se houver situações esta que as pessoas nos procurem aqui na delegacia, isso vai facilitar a investigação” explicou o delegado.
Essa não é a primeira vez que a população e até alguns membros da imprensa se precipitam e divulgam em redes sociais imagens que podem ser cruciais para a investigação policial.