Dados recentemente divulgados dão conta de que houve absurdo aumento da violência contras as mulheres, na vigência da pandemia Covid-19. No Estado de São Paulo, os atendimentos da Polícia Militar a mulheres vítimas aumentaram 44,9%. Relatório divulgado na segunda-feira (20), o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que o total de socorros prestados passou de 6.775 para 9.817, na comparação entre março de 2019 e março de 2020. O número de feminicídios também subiu no Estado, de 13 para 19 casos (46,2%).
O agravamento da violência pode ser ainda maior do que indicam os números oficiais, tendo em vista as dificuldades existentes, no momento, para a formalização das denúncias às autoridades policiais, em função das medidas de quarentena ou isolamento social. É que, se por um lado as vítimas não têm conseguido ir às delegacias, por outro podem estar sentindo medo de denunciar os parceiros, devido à maior proximidade que agora têm deles, decorrente da reclusão em casa.
Incrivelmente, no último dia 13, o Ministério Público de São Paulo divulgou uma nota que afirma que “a casa é o lugar mais perigoso para uma mulher”, pois 66% dos feminicídios consumados ou tentados foram praticados na residência.
Os dados são alarmantes e merecem ser estudados. Vários fatores podem estar relacionados ao significativo aumento da violência doméstica, dentre eles a incerteza com relação ao futuro, com a própria sobrevivência, medo da morte, o desgaste provocado pelo próprio confinamento, a tensão causada pelo terrorismo que certos veículos de comunicação social estão promovendo, e o possível aumento no consumo de bebidas alcoólicas.
A pandemia, certamente, acarretará milhões de demissões, falências e fechamento de empresas, comércios e de unidades prestadoras de serviços. Serão fatores potencialmente propulsores de violência, também!
Claro que algumas pessoas serão mais prejudicadas, outras menos, mas vai passar. Para aqueles quer perderam e que vão perder entes queridos, não existirá reparação, infelizmente.
Nesta linha de pensamento, as pessoas deveriam se conscientizar da importância da união familiar, para que possam ter equilíbrio e força no enfrentamento das dificuldades.
Nunca nos esqueceremos deste momento “sui generis”, em razão de sua gravidade, particularidades, tempo de duração e consequências. Que seja tempo de reescalonamento de valores, restauração familiar e de reconciliação com Deus. Ainda dá tempo!