Há muitos dias, estamos recebendo informações desencontradas do setor médico-científico, com relação à eficácia e, principalmente, sobre o início e tempo de duração do isolamento social. Muitos entendidos têm declarado que o isolamento foi iniciado prematuramente, outros dizem que tal medida poderá retardar o pico da doença, ou prorrogá-lo para o inverno e, assim, aumentar seu tempo de ação e letalidade.
Na verdade, ninguém sabe qual será o impacto da moléstia, em termos de mortes, sequelas e destruição econômico-social, existem apenas projeções.
No meu modesto pensar, se estamos ganhando tempo, duas circunstâncias positivas poderão ser verificadas: a.-) o aparelhamento do sistema de saúde, com a disponibilização de novas vagas em hospitais e UTIs, lembrando que os mandatários antecessores priorizaram a construção e reforma de estádios de futebol, dentre outras medidas supérfluas; b.-) a descoberta da cura, de vacina eficaz, ou pelo menos de remédios que possam combater o vírus.
É claro que numa escala de valores, deve ser priorizada a vida, em detrimento do setor produtivo. Ocorre que o estrangulamento da economia, causado pelas medidas restritivas e de confinamento, poderá gerar mortes em larga escala. Estou falando de desemprego, fome, miséria (fator de incidências de outras doenças) e rebeliões sociais (saques e aumento geral da violência).
Estudos mostram que o indivíduo desempregado poderá levar anos para conseguir sua recolocação no mercado de trabalho, isso se não ficar inativo para sempre, hipótese ocorrente, muitas das vezes, com os de idade mais elevada.
Por sua vez, do lado patronal a situação não é muito diferente, eis que muitas fábricas, comércios e unidades prestadoras de serviço encerrarão suas atividades; muitas já encerraram, mas ainda não é possível saber quantas, somente depois do retorno. Claro, também, que quanto maior for o tempo de paralisação, maior será o número de desempregados e de empresas baixadas.
A impressão que temos é que os governadores pensam que ao “apertarem o botão”, ou seja, quando decretarem o término do isolamento/paralisação, a economia terá um “restart” geral e instantâneo, como se nada tivesse acontecido.
A redução significativa da arrecadação de impostos, como o ICMS, já deve estar sendo sentida pelos governadores, mas o grande termômetro, ao meu sentir, será o próximo dia de vencimento do IPTU (imposto predial). É que, numa verdadeira “economia de guerra”, o pai de família terá que priorizar alguns pagamentos, em detrimento de outros, evidentemente. Primeiro, a comida e a bebida, depois a água e a energia elétrica, o aluguel, e, quiçá por último, o IPTU. Mesmo que exista o dinheiro para o pagamento, o contribuinte poderá não fazê-lo, preferindo guardar o montante para uma necessidade futura (remédios, por exemplo). Essa inadimplência, se ocorrer mesmo, provocará o colapso dos municípios paralisados, razão pela qual deverá ser evitada, se possível. Tomara que haja prorrogação do vencimento, a exemplo do que foi decretado pelo Presidente da República.
Para encerrar, preciso mandar uma mensagem positiva. Não queria mais escrever sobre o vírus (é a terceira coluna consecutiva), mas não teve jeito. Ninguém aguenta mais assistir TV e acessar as redes sociais e internet, pois é “corona” vinte e quatro horas por dia! Vamos sair desta situação; nosso País é rico em recursos naturais, solidário, criativo e seu povo acostumado a encontrar alternativas e condições para dar a “volta por cima”. Por enquanto, só nos resta buscar a união familiar, o fortalecimento de nossa fé em Deus e a obediência às recomendações vindas do setor científico.