A pandemia causada pelo COVID-19, o novo coronavírus, tem levando questões sobre a transmissão do novo vírus. Entre as dúvidas estão se o coronavírus pode ser transmitido pelos alimentos. Segundo a Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (European Food Safety Authority – EFSA), não há nenhuma evidência a esse respeito e quando avaliou esse risco em outras epidemias causadas por vírus da mesma família, concluiu que não houve transmissão por alimentos.
A Organização Mundial da Saúde – OMS, estima que o comportamento do novo coronavírus deve ser semelhante aos outros tipos da mesma família. Então para sobreviver e se multiplicar, ele precisa de um hospedeiro – animal ou humano. Além disso, esse grupo de vírus é sensível às temperaturas normalmente utilizadas para cozimento dos alimentos que gira em torno de 70ºC.
Pelo pouco que se sabe sobre a ação do COVID-19, a transmissão tem ocorrido de pessoa a pessoa, pelo contato próximo com um indivíduo infectado ou por contágio indireto, ou seja, por meio de superfícies e objetos contaminados, principalmente pela tosse e espirro de pessoas infectadas.
O fato é que o vírus pode persistir por poucas horas ou vários dias, a depender da superfície, da temperatura e da umidade do ambiente, mas é eliminado pela higienização ou desinfecção. Desta forma, uma das estratégias mais importantes para evitar a exposição é redobrar os cuidados com a higiene e os cuidados básicos na manipulação de alimentos previnem, não só o COVID-19, mas também uma série de outras doenças.
Princípios básicos de higiene
Nos serviços de alimentação e nos ambientes domésticos, é importante observar os seguintes princípios básicos de higiene:
1- Quem prepara os alimentos deve lavar as mãos com frequência e, principalmente, depois de:
– Tossir, espirrar, coçar ou assoar o nariz.
– Coçar os olhos ou tocar na boca.
– Preparar alimentos crus, como carne, vegetais e frutas.
– Manusear celular, dinheiro, lixo, chaves, maçanetas, entre outros objetos.
-Ir ao sanitário.
– Retornar dos intervalos.
2- Ao lavar as mãos, use bastante água corrente e sabão líquido ou outro produto destinado ao mesmo fim (leia as informações na embalagem). Não se esqueça de esfregar bem todas as áreas das mãos, incluindo as pontas e as regiões entre os dedos, além dos punhos. Conheça as orientações para correta higienização das mãos.
3- Mantenha as unhas curtas, sem esmaltes, e não use adornos que possam acumular sujeiras e microrganismos, como anéis, aliança e relógio.
4- Não converse, espirre, tussa, cante ou assovie em cima dos alimentos, superfícies ou utensílios. A recomendação vale para o momento do preparo e na hora de servir.
5- As superfícies e utensílios que entram em contato com os alimentos devem estar limpos. Use saneantes, ou seja, produtos de limpeza devidamente regularizados na Anvisa e que sejam indicados para a respectiva finalidade. Para isso, confira as informações na embalagem do produto.
6- Dê mais atenção à higienização das superfícies ou utensílios após a manipulação de carnes cruas ou vegetais não lavados. Esses alimentos são reconhecidos como fonte de contaminação de doenças transmitidas por alimentos (DTAs).
7- Quando uma pessoa com doença infecciosa for manipular um alimento, é preciso avaliar se há risco de o agente da doença ser transmitido. Nos serviços de alimentação, a doença deve ser relatada ao supervisor, que dará as orientações sobre como proceder.
8- Cozinhe bem os alimentos, uma vez que muitos dos agentes transmissores da doença são sensíveis ao calor. No caso de alimentos que são habitualmente consumidos crus, deve-se ter atenção redobrada com a procedência e a higiene.
9- Não use e não compre produtos com embalagens amassadas, estufadas, enferrujadas, trincadas, com furos ou vazamentos, rasgadas, abertas ou com outro tipo de defeito. Limpe bem as embalagens antes de abri-las.
Fique ligado – A Anvisa disponibiliza um curso on-line e gratuito a respeito das boas práticas para manipuladores de alimentos através do link: www.escolavirtual.gov.br/curso/287