O transporte urbano em Bragança vai mudar a partir do próximo sábado (26), com alterações no valor das tarifas e a promessa de mais 14 ônibus seminovos.
Em relação às tarifas, elas passam a custar R$ 5,63, após revisão anual prevista no contrato entre a Prefeitura e a JTP Transportes, concessionária do serviço que solicitou o reajuste de 20%, conforme publicado pela GB no dia 8 de janeiro, e agora, mais de 30 dias depois, acatada pela Administração Municipal. Para incentivar o uso do transporte coletivo, a Prefeitura deu uma alternativa, para que o aumento da tarifa não pese no bolso da população, que é de se pagar R$ 4,50, para quem possuir o Cartão Cidadão, documento que pode ser solicitado por qualquer usuário também a partir do próximo sábado. Para obter o desconto a aquisição deve ser feita de forma antecipada de crédito eletrônico.
Houve também alterações em relação ao passe escolar, também através de aquisição antecipada, adquirida diretamente pelo aluno ou seu representante, que dos atuais R$2,34 para a ter o custo unitário de R$2,81. A tarifa cheia, de R$5,63 , destina-se às empresas que fazem opção pelo vale-transporte. O passageiro que efetuar o pagamento em dinheiro, no embarque, tem tarifa estipulada de R$5,60 , equivalente a 0,5% de desconto.
O novo decreto, ainda dentro da modalidade vale-transporte, assegura que o usuário possa pagar a tarifa pelo valor de aquisição pelo prazo de até 60 dias, contados a partir da data de início da cobrança do novo valor. Findo esse prazo, os créditos deixam de ter validade. Os demais créditos eletrônicos terão validade de um ano, a partir da data de aquisição.
Frota – A promessa desta vez é que também a partir do próximo sábado, mais 14 ônibus seminovos serão incorporados à frota que atende Bragança. A frota conforme a licitação deveria ser de 87 ônibus – 30 deles 0 km e 57 seminovos. Mas a JTP em novembro de 2020, 1 mês após começar as operações na cidade, já com a pandemia em curso, estava com 48 carros, conforme relato do secretário municipal de Mobilidade Urbana, Rogério Crantschaninov à Comissão de Justiça, Redação, Defesa do Meio Ambiente e do Consumidor da Câmara Municipal. A justificativa da época era de que a demanda de passageiros era em torno de 40% do previsto na licitação devido a pandemia.
Além do número de carros inferior a proposta na licitação, há inúmeras reclamações quanto a manutenção precária dos veículos, já tendo ocorrido goteiras dentro do veículo, a falta de ar-condicionado, wi-fi e problemas mecânicos.
Outra mudança que deve ocorrer, conforme o decreto municipal, é que de acordo com o que é divulgado, hoje são 560 partidas, que passará para 850 com o acréscimo de ônibus nas linhas, distribuídas entre as linhas urbanas e rurais, com previsão de mais demanda de passageiros nos dias úteis.
Insatisfação – a empresa JTP, desde que assumiu o transporte público vem enfrentando grande insatisfação por parte dos usuários. Entre elas, as más condições dos ônibus, a supressão de linhas e horários, a não instalação de novos abrigos de ônibus, além dos vizinhos da sua garagem, na Hípica Jaguari, que já reclamaram por inúmeras vezes do barulho, da irresponsabilidade dos funcionários, da alta velocidade dos ônibus na região, conforme já publicado pela GB em várias oportunidades. Nas participações da empresa nas Comissões e sessões ordinárias na Câmara Municipal justifica seus problemas por causa da pandemia que gerou uma grande crise financeira. A empresa já recebeu da Prefeitura R$ 4,5 milhões devido ao seu déficit operacional e, até agora, não houve solução dos problemas relatados pelos usuários.
A Prefeitura, por sua vez, diz que intensificou a fiscalização e se necessário iria aplicar sanções previstas em contrato, mas não informou se houve algum tipo de penalização à JTP.
Reformulação – Esta semana a prefeitura publicou a habilitação da Oficina Engenheiros Consultores Ltda e a Planum – Planejamento e Consultoria Urbana Ltda, vencedora do processo licitatório para a contratação de empresa para prestação de serviços de engenharia, cujo objetivo é elaborar estudo técnico de avaliação dos serviços de transporte público coletivo. A empresa venceu a Tomada de Preço pelo valor de R$295 mil e segundo o termo de referência o prazo para a execução do serviço é de 4 meses.
Esse estudo deve avaliar os serviços e elaborar proposta de reformulação, considerando a nova realidade de demanda existente e projetada após a pandemia de Covid-19, bem como o estudo de viabilidade econômico-financeira.
Os estudos deverão levar em conta a rede de linhas e trajetos, oferta de lugares, tempo de espera, tempo de viagem, qualidade dos ônibus, qualidade da infraestrutura, atendimento ao cidadão, informação sobre os serviços, acesso ao serviço, gratuidades e produtividade.