Acabou o encanto, acabou a magia e com eles o futebol que o Bragantino exibiu durante a maioria das rodadas do Brasileirão. A derrota em Caxias do Sul, na noite de terça-feira (30), serviu para reafirmar que o time não só caiu de produção, como os poucos jogadores com condições de titularidade estão cansados e por sorte faltam duas rodadas para o campeonato terminar.
Diante de um Juventude desesperado pela ameaça de rebaixamento, o que se viu foi uma das piores apresentações do Bragantino. No primeiro tempo sequer deu um chute a gol.
Embora tenha feito marcação alta nos primeiros 10 minutos, dificultando as ações do time alviverde, a partir daí o time recuou, falhou em suas linhas de marcação e os laterais em noite a ser esquecida. Tanto Aderlan, quanto Luan Cândido, não conseguiram conter as investidas do time gaúcho.
De tanto insistir, o Juventude poderia ter aberto o placar aos 34 minutos, em lance infantil de Jadsom Silva que empurrou Guilherme Castilho dentro da área. Por sorte, o atacante Ricardo Bueno chutou para fora. Mas aos 44 minutos o placar fez justiça ao melhor em campo. Em jogada pela direita, a boa chegou à área para Ricardo Bueno que girou e bateu no canto esquerdo de Cleiton, que a bem da verdade pulou atrasado. A bola ainda bateu na trave antes de ganhar as redes. E três minutos mais tarde quase que Ricardo Bueno marca um golaço, de letra, porém a bola acabou nas mãos de Cleiton.
É difícil para o torcedor que tem assistido a todos os jogos, aceitar que Emiliano Martínez e Praxedes joguem no time titular. São fracos, se posicionam mal, erram muitos passes, não conseguem articular qualquer jogada. E são praticamente nulos quando deles se precisa para ajudar na marcação.
Etapa final – O Juventude voltou mais ligado nos primeiros dez minutos, e o Bragantino mostrou total desorganização, um amontoado de jogadores. O lance de perigo dos comandados de Barbieri ocorreu aos 16’, quando Luan Cândido conseguiu acertar um cruzamento que encontrou Ytalo sozinho, mas que cabeceou para fora. Aos 24 minutos, Praxedes erra mais um das dezenas de passes e obriga Léo Ortiz a impedir o contra-ataque com falta. Recebeu o terceiro amarelo e não joga contra o Galo no próximo domingo.
O Juventude, a partir dos 20 minutos, optou por deixar a posse de bola com o Massa Bruta e se limitou a ficar em seu campo, demonstrando eficiência na marcação. Aos 31’ Luan Cândido cobrou uma falta frontal ao gol de Douglas e mandou a bola direta para Porto Alegre.
O Bragantino viveu de um expediente já experimentado em outros jogos, que nunca funcionou: bolas alçadas na área, para um trio atacante de baixa estatura. Ainda conseguiu levar algum perigo com Hurtado, mas a ausência de futebol de time organizado não lhe credenciou nem mesmo a chegar ao empate.
Pelo que se viu durante os 90 minutos, resultado justo e que deixa o Juventude a depender de suas forças para não ser rebaixado.
Galo – No domingo o Bragantino disputa o penúltimo jogo do certame, diante do Galo. A partida certamente será em um Mineirão para mais de 60 mil atleticanos, que poderão comemorar o título.
ATUAÇÕES
Cleiton: Boas defesas mas chegou atrasado no chute que originou o gol do Juventude. Nota 5,5.
Aderlan: Tomou um ‘baile’ de Sorriso durante todo o primeiro tempo e, nas vezes em que apoiou, os companheiros pouco ajudaram. Nota 5,0.
Fabrício Bruno: O futebol protocolar de sempre e uma entrevista ao final da partida lamentável. Acusou o árbitro que, à rigor, não teve nenhuma interferência no resultado. Nota 5,0.
Léo Ortiz: Sofreu com as coberturas que se viu forçado a fazer para Luan Cândido. E está fora do próximo jogo por cartão. Nota 5,5.
Luan Cândido: Um jogo que certamente vai ser lembrar sempre, pela ruindade em campo. Falho no apoio e envolvido com facilidade pelo adversário. Nota 4,5.
Jadsom Silva: Cometeu um pênalti infantil que, por sorte, foi chutado para fora. Defensivamente deixou a desejar e tentou, sem sucesso, ajudar ofensivamente. Nota 5,0.
Emiliano Martínez: Não disse a que veio do futebol uruguaio. Esperava-se mais. Na proteção à zaga é bastante falho e mostra desentrosamento com o restante da equipe. Nota: 4,5.
Praxedes: Difícil imaginar, data hoje, esse jogador ter custado uma fortuna e não jogar nada. Certamente não é o mesmo jogador que atuava pelo Internacional. Erra passes em demasia, é confuso, pouco criativo, se coloca mal e não ajuda defensivamente. Nota 4,0.
Artur: Terceira partida que não atua como se espera. Apesar do gol diante do América-MG, tem tido altos e baixos e diante do Juventude não foi diferente. Nota 5,0.
Ytalo: O que dizer de um centroavante cujo time não cria e não o deixa em condições de concluir a gol. Há muito tempo está isolado. Nota 4,5.
Cuello: No primeiro tempo abusou dos passes errados e falhou na ajuda a Luan Cândido na marcação. Ainda assim foi o menos ruim do trio ofensivo. Nota 5,5.
Helinho, Gabriel Novaes e Hurtado: pouco poderiam fazer em um time sem criatividade e desorganizado. Sem nota.
Barbieri: A essa altura do campeonato, reza para tudo acabar o mais depressa possível. O time não mostra poder de reação depois da perda do título da Sul-Americana e, como já dito muitas vezes, não tem jogadores reservas à altura. Sem nota.
JUVENTUDE 1 x 0 BRAGANTINO
Campeonato Brasileiro Série A – 36ª rodada
Local: Estádio Alfredo Jaconi, Caxias do Sul (RS)
Data: 30 de novembro de 2021 (terça-feira, 19 horas)
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG) – Assistentes: Celso Luiz da Silva (MG) e Ricardo Junio de Souza (MG)
Público: 18.413 pagantes – Renda: não divulgada
Cartões amarelos: Jadson, Vitor Mendes e Ricardinho (Juventude) e Aderlan, Jadsom Silva e Léo Ortiz (Bragantino)
Gols: Ricardo Bueno aos 44’ (Juventude)
JUVENTUDE: Douglas Friedrich; Michael Macedo (Paulo Henrique), Vitor Mendes, Rafael Foster e William Matheus; Jadson (Ricardinho), Dawhan, Guilherme Castilho e Wescley (Chico); Sorriso (Capixaba) e Ricardo Bueno (Roberson). Técnico: Jair Ventura.
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Luan Cândido; Jadsom Silva, Emiliano Martínez (Helinho) e Praxedes (Gabriel Novaes); Artur, Ytalo (Hurtado) e Cuello. Técnico: Maurício Barbieri.