Se o ataque vai bem, obrigado, a defesa do Bragantino é um verdadeiro oásis para os adversários. Calamitosas as atuações da zaga, que em 12 jogos já levou 15 gols, ou seja, mais de um por jogo. E os erros são os mesmos sempre, o que preocupa muito, pois não se vê qualquer melhoria nesse setor.
Contra o Santos neste domingo (18), as bolas aéreas decretaram o empate ao final dos 90 minutos, em 2 x 2. Ambos os tentos do Peixe foram jogadas de bolas cruzadas pelo alto que os zagueiros falharam.
No primeiro tempo o Bragantino foi bastante superior aos comandados de Fernando Diniz. Foi quem mais criou oportunidades, mas chutou em gol (7 contra apenas 3 do Santos) e chegou ao gol logo aos 9 minutos, em jogada que Aderlan, atento, viu o zagueiro Kayky se enrolar com a bola, se aproveitou do lance e cruzou para Alerrandro apenas empurrar para o gol. Logo em seguida, aos 11’, quase o segundo gol: Praxedes toca para Cuello, pela esquerda, que corta o zagueiro chuta com efeito mas a bola, caprichosamente, se choca contra o travessão.
O Santos só chegou com perigo aos 13’, com Marinho, em cobrança de falta, que a bola desvia na zaga e tira Cleiton da jogada. Mas ela sai para fora. Helinho teve nova chance de ampliar, aos 38’, mas demorou a chutar e permitiu a chegada do zagueiro que mandou a escanteio.
Embora com um pouco menos de posse de bola, o Bragantino foi melhor e com um pouco mais de sorte teria saído para o intervalo com dois gols de vantagem.
Etapa final – Inexplicavelmente o Bragantino voltou diferente para o segundo tempo, recuou todas as suas linhas, deixou o Santos pressionar e quase empatar aos 9’, em chute da direita de Carlos Sanches. Aos 10’, em jogada rápida, Alerrando chegou a marcar o segundo gol, porém estava em impedimento e o lance foi anulado.
A partir de então o Peixe teve o domínio completo das ações e obrigou o goleiro Cleiton a trabalhar. Aos 12’, Kaio Jorge cabeceou e o goleiro bragantino fez grande defesa, e no rebote novamente interveio em chute de Marinho.
Aos 24’ o melhor time em campo chegou ao empate e usou a receita que todos usam: bola levantada para o interior da zaga, Marcos Guilherme subiu sozinho e cabeceou para difícil defesa de Cleiton e, no rebote, sob a complacência dos zagueiros, mandou para as redes.
Só então o técnico Maurício Barbieri acordou e resolveu mudar, colocando alguns titulares para tentar modificar o panorama do jogo. E deu certo, pois o time melhorou de rendimento, passou a pressionar mais a defensiva santista e aos 33’ Artur tocou para Cuello que bateu forte para grande defesa de João Paulo. Aos 37’, em nova jogada de Artur, nasce o segundo gol. Ela cruza da direita, a bola percorre toda a extensão da área e encontra Ytalo, no segundo pau, que só toca para colocar o Braga novamente em vantagem.
Aí Barbieri entrou em cena novamente e mudou errado. Colocou Fabrício Bruno no lugar de Raul, trouxe o Santos de volta ao setor ofensivo e viu esse mesmo Fabrício Bruno, juntamente com Edimar e Natam, falharem absurdamente aos 49’: Felipe Jonathan cruza no segundo pau, os três zagueiros ficam presos ao chão, Marinho cabeceia, a bola toca no pé da trave e ainda sob o olhar complacente do trio, vê Marcos Leonardo mandar às redes.
Pelo que fizeram nos dois tempos, empate justo, mas um Bragantino que começa a preocupar, principalmente por sua zaga frágil, entre as cinco piores do campeonato.
Domingo – Pelo Brasileirão o Massa Bruta volta a campo no próximo domingo (25), para enfrentar o Fortaleza, que está em terceiro na classificação, uma a frente do Braga, porém com a mesma pontuação. Jogo difícil.
ATUAÇÕES
Cleiton: De novo foi figura fundamental para a equipe manter sua invencibilidade. Três grandes intervenções que poderiam ter dado a vitória ao Peixe.
Aderlan: Muito bom primeiro tempo, participativo, bem tanto defendendo quanto atacando. Sua assistência para o primeiro gol foi cirúrgica. Na etapa final caiu de produção junto com todo o time.
Léo Ortiz: Com certeza seu pedido ao Papai Noel não passará em branco: em dezembro: um companheiro de zaga mais eficiente, mais participativo. Afundou junto com os demais.
Natan: Ruim nas jogadas aéreas, fraco ao sair jogando e péssimo nas coberturas. E o clube está a 4 jogos de se ver obrigado a pagar o complemento de R$ 22 milhões ao Flamengo pelo seu passe.
Weverson: Teve dificuldades em marcar Marinho e chegou poucas vezes ao ataque. Saiu para a entrada de Edimar, que à rigor, nada fez, principalmente no segundo gol do Peixe.
Raul: Jogou sozinho na proteção à zaga. Desta vez Evangelista e Praxedes foram menos participativos no auxílio à marcação.
Fabrício Bruno: Entrou aos 43” e só assistiu a jogada do gol de empate do Santos. Tem lampejos de bom jogador, mas só lampejos, o que é muito pouco.
Lucas Evangelista: Razoavelmente bem no primeiro tempo e desapareceu na etapa final.
Praxedes: Fez um bom primeiro tempo, criou duas ou três boas jogadas mas, defensivamente, não foi o mesmo da partida no Equador.
Eric Ramires: Entrou quando o time não conseguia produzir nada. Pouco conseguiu fazer.
Helinho: Se movimentou bem no primeiro tempo, revezou bons lances em profundidade com Aderlan, mas sumiu no período final.
Artur: Entrou tardiamente. Se tivesse voltado do intervalo como titular o resultado poderia ter sido outro. No pouco tempo que esteve em campo foi muito bem e deu a assistência para o segundo gol.
Alerrandro: Mérito total no gol. E por pouco não se consagrava marcando o segundo, anulado por impedimento. À rigor, não fez mais nada, embora o gol já tivesse, para muitos, ter sido o suficiente.
Ytalo: Artilheiro, tem faro de gol e em pouco tempo em campo deixou o seu.
Cuello: Sua melhor partida pelo clube. Participativo, deu combate quando precisava, muito espírito de luta, impetuosidade ao atacar e foi castigado em pelo menos duas oportunidades, ao não conseguir marcar.
Barbieri: Sofreu ‘apagão’ no segundo tempo. Só acordou depois que o Santos chegou ao empate. Aí começou a fazer mudanças que deveria ter feito muito antes. E errou de novo ao colocar um zagueiro no finzinho da partida, no caso Fabrício Bruno.
BRAGANTINO 2 x 2 SANTOS
Campeonato Brasileiro Série A – 12ª rodada
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 18 de julho de 2021 (domingo, 20h30)
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (SP) – Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP) e Fabrini Bevilaqua Costa (SP)
Cartões amarelos: Weverson, Cuello, Léo Ortiz (Bragantino) e Marinho, Carlos Sánchez, Luiz Felipe, Felipe Jonatan (Santos)
Gols: Alerrandro, aos 9’ e Ytalo 82’ (Bragantino) e Marcos Guilherme aos 24’ e Marcos Leonardo aos 94’ (Santos).
BRAGANTINO: Cleiton; Aderlan, Natan, Léo Ortiz e Weverson (Edimar); Raul (Fabrício Bruno), Lucas Evangelista e Praxedes (Eric Ramires); Helinho (Artur), Alerrandro (Ytalo) e Cuello. Técnico: Maurício Barbieri.
SANTOS: João Paulo, Pará (Madson), Luiz Felipe (Marcos Leonardo), Kaiky e Moraes (Felipe Jonatan); Camacho, Carlos Sánchez (Zanocelo) e Pirani (Lucas Braga); Marinho, Kaio Jorge e Marcos Guilherme. Técnico: Fernando Diniz.