A ferramenta, desenvolvida pela Prodesp – empresa de tecnologia do Estado –para a Secretaria da Segurança Pública (SSP), permite registrar Boletim de Ocorrência para uma série de crimes que antes só podiam ser relatados presencialmente, inclusive contra a mulher. Disponível a partir de qualquer dispositivo conectado à internet, o sistema proporciona maior comodidade e praticidade às vítimas, que não precisam mais se deslocar até os distritos policiais. Até o final do mês de outubro, o portal somava mais de 15 mil acessos. As ocorrências devem ser registradas no www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br.
“Para que possam contar com ajuda, é indispensável que as mulheres entendam as formas de violência e saibam que existem medidas protetivas. Qualquer tipo de violência pode impactar na saúde, no equilíbrio emocional e na autoestima. Independentemente de cor, raça e classe social, esse crime precisa ser combatido e cabe a nós, do poder público, buscar ferramentas inovadoras para ajudar e incentivar as mulheres denunciarem o agressor”, afirma André Arruda, presidente da Prodesp.
A discussão sobre violência contra as mulheres é importante para que, além de prevenir e punir, também seja possível erradica-la. Hoje, há vários tipos de violência, além da própria agressão física, como a psicológica, que afeta diretamente o emocional e a autoestima; patrimonial, quando o agressor retira o dinheiro, roupas ou objetos de trabalho para tirar a independência da parceira; moral, quando diminuem a força das mulheres com mentiras, calúnias e ofensas; e até mesmo a sexual com abusos não consentidos.
De acordo com dados divulgados pela ONU Mulheres, em setembro, os índices de violência dispararam em todo mundo durante a pandemia do coronavírus. No Brasil, inclusive, foram contabilizados 648 casos de feminicídio no primeiro semestre de 2020, o que corresponde a um aumento de 1,9% se comparado ao mesmo período de 2019, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).