Os automóveis brasileiros ficam um pouco mais seguros a partir deste mês, com a entrada em vigor de duas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A primeira resolução – que já está valendo – obriga que todos os carros lançados a partir deste ano tragam de série o controle de estabilidade (ESP), um equipamento de segurança ativa muito útil para evitar acidentes. Esse recurso se tornou comum há seis anos nos carros fabricados na Europa.
A lei é de 2015 e vale para modelos inéditos ou para aqueles que passarem por troca de geração, quando ocorrem mudanças significativas. Para os carros que já estão em produção e receberão pequenas atualizações, a obrigatoriedade do controle de estabilidade está prevista para 2022.
O controle de estabilidade, que alguns fabricantes denominam ESP e outros ESC, impede que o veículo saia da trajetória original, uma tecnologia muito útil em curvas fechadas ou pistas escorregadias. Tudo é feito por meio de sensores estrategicamente posicionados no veículo.
Quando eles percebem que o veículo está saindo do controle, fazem a central reduzir o giro do motor ou, se necessário, acionar os freios. Há alguns anos o dispositivo era encontrado somente em carros importados ou nacionais mais sofisticados, até que boa parte dos novos modelos começaram a ser fabricados com o controle. Na Europa e nos Estados Unidos é um equipamento obrigatório há alguns anos.
Cintos de segurança – Outro dispositivo que consta na resolução do Contran de 2015 e passa a valer este ano é o cinto de segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes. No Brasil, até pouco tempo, boa parte dos hatches, os modelos mais vendidos por aqui, não dispunham de três cintos de três pontos no banco traseiro, nem apoio de cabeça para os três passageiros. Ainda hoje alguns modelos trazem para o passageiro que viaja no meio um cinto subabdominal, um tipo de dispositivo considerado ultrapassado pelos técnicos da área.
O cinto de segurança de três pontos oferece muito mais proteção ao motorista e passageiros, pois os prende corretamente ao banco em caso de impacto. O apoio de cabeça é importante para evitar o “efeito chicote” em caso de colisões traseiras. Além disso, os veículos devem oferecer fixação do tipo Isofix para pelo menos uma cadeirinha. Esse sistema fixa o dispositivo de transporte de crianças em um gancho soldado na carroceria do veículo. Esses dispositivos serão exigidos de todos os modelos a partir deste ano.
A partir de 2021, todos os modelos nacionais terão que ter alerta de cinto de segurança não afivelado. O sistema, já presente em vários modelos, alerta sempre que um passageiro ou o próprio motorista não afivelou corretamente o dispositivo de segurança. Calcula-se que o cinto pode reduzir em até cinco vezes o risco de morte em um acidente automobilístico.