Foram 15 anos de dedicação a um clube pequeno do interior, mas com muita tradição. Uma relação de amor, pode-se assim dizer, entre o técnico Marcelo Veiga e o Clube Atlético Bragantino. Começou em 2004 e foi o último treinador da equipe, que posteriormente passou a se chamar Red Bull Bragantino.
Veiga iniciou a carreira como jogador de futebol na equipe do Santo André, em 1982. Seis anos depois foi para o clube no qual se tornou ídolo, o Ferroviário do Ceará, onde se sagrou campeão estadual, com direito a marcar o gol do título, chamado de histórico pelos tricolores, e a responsabilidade de ser o capitão. O jovem de 23 anos, anos depois, em pesquisa juto aos torcedores, integrou o time dos sonhos do ‘Ferrim”: Marcelino, Nasa, Luiz Paes, Celso Gavião e Marcelo Veiga; Lima, Acácio e Coca-Cola; Mazinho Loyola, Pacoti e Jorge Veras. Técnico: Cesar Moraes.
Foi com esse espírito de liderança que chegou para ocupar a lateral esquerda do Santos, em 1989 e em
1992 outro ano de glória, ao ser campeão gaúcho e da Copa do Brasil pelo Inter de Porto Alegre.
Rodou depois por vários clubes, como Goiás, Bahia, Portuguesa e Atlético-GO, até encerrar essa etapa no futebol no Itumbiara, em 1999.
Nesse mesmo ano iniciou como técnico e o primeiro clube foi o Matonense, passando por outros, até chegar a Bragança.
Foram 516 jogos no comando da equipe, o título de campeão brasileiro da Série C, semifinalista na Série A2 no Paulistão em 2005 (o clube subiu para a Série A1) e vice-campeão da Copa Federação Paulista em 2006.
Em 2918, mesmo com dificuldades financeiras, conseguiu devolver o Bragantino para a Série B do Brasileirão.
A sua morte, na semana passada, de forma prematura, encerrou uma carreira que pode-se dizer vitoriosa, mas que ficou marcada pela sua trajetória no alvinegro de Bragança. Foi técnico nos bons e maus momentos e deixou sua marca na história da agremiação que um dia se chamou Clube Atlético Bragantino.
Em 2019 Veiga foi agraciado pela Câmara Municipal com o título de Cidadão Bragantino.
Sua última equipe foi o São Bernardo, onde fez brilhante campanha na Série A2 este ano, ficando entre os quatro melhores.
Se o início de sua ascensão como treinador teve início em Bragança, foi aqui também que partiu deixando uma legião de ‘filhos’, como se sentiram dezenas de jogadores ao saber se sua morte, e tantos outros fãs do seu trabalho.
Poucos são os que conseguem inscrever seu nome na história. E Marcelo Veiga foi um deles.