Em ação realizada entre segunda-feira, 2 e quarta-feira, 4, policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais – DEIC prenderam o empresário português Mauro Cláudio Monteiro Loureiro, o Murruga, apontado como principal agenciador de negócios do Primeiro Comando da Capital – PCC. Informações divulgadas pela Polícia Civil nesta quinta-feira, 5, revelam que Murruga é o principal alvo da operação. Ele foi detido em um condomínio de luxo no Jardim Fortaleza, na cidade de Paulínia, região de Campinas. Os investigadores apreenderam veículos de luxo, cocaína, armas e nove aeronaves que estavam em um hangar no Aeroporto de Bragança. Os aviões faziam parte de uma frota utilizada para transporte de drogas, armas e dinheiro.
A prisão aconteceu após pouco mais de seis meses de investigações realizadas por policiais da 2ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Crimes de Intervenção Estratégica). Segundo a especializada, o esquema começou a ser averiguado no mês de maio, e ganhou força em agosto, quando Décio Gouveia Luis, o Décio Português, também integrante do crime organizado e responsável pela movimentação de dinheiro e drogas de uma facção, foi preso. A partir daí os investigadores descobriram que outro português, identificado com o Murruga, estaria envolvido no esquema. A princípio, ele aparecia nas investigações como doleiro na organização. Porém, no aprofundamento do trabalho foi revelado que sua participação excedia essa função, sendo ele ativo na empreitada da quadrilha. Segundo o DEIC, Loureiro conhecia as atividades comercias dos criminosos e passou a resolver, principalmente, problemas de logística e lavagem de dinheiro. Ainda segundo a especializada, Loureiro agenciava aviões para transporte de drogas das principais regiões produtoras e também carregava armas para abastecer os criminosos e dinheiro de outros países para o Brasil. Para isso ele utilizava aeroportos em cidades próximas à capital paulista.
Com provas suficientes, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Loureiro, em um condomínio fechado no Jardim Fortaleza, em Paulínia, onde ele foi preso. A equipe encontrou com ele um tijolo de cocaína, que era usado como um mostruário aos interessados em comprar o droga. Também foram apreendidos veículos importados: um Mini Cooper S, dois BMW X6, uma picape Volkswagen Amarok, Cam AM Maverick e uma motocicleta Harley Davidson. E os nacionais: um Honda HR-V e um Volkswagen Voyage.
Na sequência as equipes da 2ª Delegacia Patrimônio estiveram no aeroporto de Bragança Paulista. No local foram apreendidas nove aeronaves em um mesmo hangar, além de três pistolas, um revólver e uma espingarda calibre 12.
Por fim, os policiais estiveram nesta quinta-feira, 5, em um escritório no Tatuapé, na Zona Leste da capital, usado pelo criminoso. Lá foram apreendidos computadores utilizados em negócios e transferências de valores, tendo como moeda o bitcoin, tipo de dinheiro virtual.
Loureiro foi levado a sede do DEIC e atuado por associação ao tráfico, associação criminosa e lavagem de dinheiro.