Os líderes dos partidos de Bragança acreditam que será necessário um mínimo de 4 mil votos para conseguir uma das 19 cadeiras da câmara. Esta será a primeira eleição em que os candidatos a vereador não poderão concorrer por meio de coligações.
O número de votos estimado tem como base o quociente eleitoral, que engloba apenas os votos válidos e é dividido pelo número de cadeiras em disputa. Votos brancos e nulos são descartados na equação.
De acordo com o setor de estatísticas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Bragança conta com 131.200 eleitores aptos a votar neste ano. No pleito de 2016, eram 121.938, o que representa elevação de 7,6%.
Na última eleição, foram 85.097 votos válidos (87,65%), 6.379 nulos (6,57%) e 5.628 brancos (5,80%). O índice de abstenção foi de 20,37%%, ou seja, 24.388 eleitores não compareceram para votar.
Assim, o quociente eleitoral ficou em 4.478, que corresponde aos votos válidos divididos pelas 19 cadeiras. A principal diferença neste ano é que não haverá coligações, o que em tese dá mais chances para partidos menores elegerem vereadores na “sobra”.
Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na eleição proporcional, é o partido que recebe as vagas, e não o candidato. Estarão eleitos aqueles que tenham recebido votos em número igual ou superior a 10% do quociente eleitoral.
Portanto, caso o indicador seja novamente de 4.478 votos, um partido que consiga 12 mil votos elegerá seus três vereadores mais bem votados.
As vagas não preenchidas desta forma serão distribuídas entre todos os partidos que participarem da eleição, independentemente de terem ou não atingido o quociente eleitoral, com base na média de cada legenda.
O impacto da mudança fica mais fácil de entender quando analisado alguns casos há quatro anos, quando vários vereadores receberam boa votação mas não se elegeram porque a coligação não atingiu o quociente eleitoral. A se repetir este ano, dá chances de se eleger na sobra.
Contas – Segundo alguns dirigentes partidários, as chances de um ou dois partidos conquistarem muitas cadeiras, como se viu em 2016, ficaram menores. Sem a coligação não há o que ser somado e naturalmente leva a uma redução no número de votos de cada legenda. A isso, some-se a mudança na legislação, que permite às agremiações, mesmo as pequenas, de conquistar uma vaga na sobra. Ou seja, todos tem chances.
Alguns partidos acreditam que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) pode aumentar o percentual de abstenção, o que reduziria o quociente eleitoral.