O caso da menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio e engravidou, trouxe luz a essa questão que aparece em todas as estatísticas criminais. Em Bragança não é diferente: só este ano, segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, de janeiro a junho, foram 8 casos, dos quais 3 contra vulneráveis ( menores de 14 anos, deficientes, idosos ou pessoas que não tinham condições de se defender, como acamados ou sob efeito de bebida alcoólica). Na média geral, 1,3 estupro por mês.
Esse número é menor na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o total desse tipo de crime teve 18 registros, 12 deles contra vulneráveis. Os estupros em Bragança, que apresentavam queda nos últimos cinco anos, voltaram a subir em 2019 e apresenta viés de alta este ano. Em 2016 foram 36, em 2017 um total de 30, em 2018 23 e em 2019 32, todos com maioria de vulneráveis como vítimas.
Nas outras cidades da região, este ano, em seis meses, 22 estupros ocorreram em Atibaia, sendo 16 contra vulneráveis; 6 em Bom Jesus dos Perdões, todos contra vulneráveis; 5 em Socorro, 3 contra vulneráveis, 4 em Piracaia, a metade com vulneráveis, e em Joanópolis e Pedra Bela foi 1 em cada cidade, o caso de Joanópolis foi contra vulnerável.
Com a pandemia de Covid-19 e as pessoas mais tempo dentro de casa, os especialistas acreditam que tenha se agravado a subnotificação e apontam que a escola é uma importante porta de entrada para as denúncias, mas com as aulas suspensas, muitas crianças e adolescentes passam mais tempo com os seus agressores.