A LIÇÃO
Para Rui Barbosa, “a imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe mal fazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça”. É por isso que a corrupção da imprensa pelos governantes na República oligárquica adquire, para Rui Barbosa, um aspecto condenável e, mais que isso, criminoso (uma forma de peculato). O jornalista, a partir de exemplos concretos vividos em países nos quais as liberdades estavam mais avançadas – Inglaterra e EUA –, explica o que entende que deveria ser o papel da imprensa, capaz de denunciar e criticar livremente os governos, contribuindo assim para o ajustamento ético destes: “Nenhum país salva a sua reputação com os abafos, capuzes e mantilhas da corrupção encapotada”. (texto editado da biografia de Rui Barbosa)
COVID-19
A pandemia da Covid-19, uma guerra invisível que mata mais de mil pessoas por dia no Brasil, provocou os políticos, os corruptos que fazem da desgraça do povo um meio de ganho. Denúncias, ações da Polícia Federal para investigar desvios de dinheiro público em compras superfaturadas de respiradores, montagem de hospitais de campanha e outros equipamentos de combate a pandemia, humilham e envergonham os brasileiros de boa índole.
FLEXIBILIZAÇÃO
A partir de segunda-feira, 1º, começa o esquema de flexibilização da quarentena proposta pelo governo do Estado e prefeituras. Em Bragança, a abertura será por setores obedecendo as rígidas normas de proteção que deve ser igualmente fiscalizada pelas autoridades.
O retorno das atividades normais, retomada da economia estagnada, para não dizer regredida a quase zero, depende dos índices de isolamento das pessoas para evitar a contaminação.
Não vejo avanço nos ganhos do trabalhador ou consumidor com abertura gradual, até porque não vai minimizar significativamente o desemprego e nem maximizar a renda reduzida daqueles que ainda tem emprego.
A quarentena fez muitas empresas se reinventarem. Aquelas que não foram obrigadas a fechar, reduziram pessoal, salários, usam o home-office, etc.
A Gazeta Bragantina por exemplo, embora esteja enquadrada nas atividades essenciais, não foi exceção às reduções de periodicidade do jornal, de atendimento ao público, adequação de jornada de trabalho, etc. Com o mercado publicitário zerado, a receita da maioria dos jornais despencou drasticamente e alguns paralisaram atividades.
As gráficas igualmente estão sentindo. Não tem comércio aberto, também não tem publicidade e nem consumo de impressos. Enfim, o setor gráfico, como tantos outros, agoniza diante da pandemia.
Vamos rezar para que essa abertura gradual reaqueça o mercado, emprego e a renda daqueles que já não tem nem para comer. Se não houver disciplina do povo, essa reabertura vai acabar e a quarentena será restabelecida e o caos prosseguirá.