Quando a oitava rodada do Brasileirão se encerrar, nesta quinta-feira à noite, a combinação de resultados pode jogar o Bragantino da 6ª para a 10ª colocação, depois da derrota diante do Atlético Mineiro na noite desta terça-feira (11), no Estádio Nabizão.
Uma série de erros e equívocos da comissão técnica fez com que o time, com ótima performance até os 40 minutos do primeiro tempo, saísse de campo derrotado. O desempenho foi muito bom desde o apito inicial do árbitro, com pressão alta, boas trocas de passes e deslocamentos constantes e um setor de meio-campo criativo, principalmente com Matheus Fernandes e Lucas Evangelista. Até a marcação do gol, o goleiro Everson havia feito pelo menos 3 defesas importantes, mas aos 26 minutos, Lucas Evangelista anotou o primeiro gol, em jogada que nasceu da cobrança de um escanteio curto, que Helinho tocou na entrada da área para o arremate a gol.
Diferentemente de todos os outros clubes, o Bragantino, quando ataca, sobe todas as suas linhas para além do meio-campo e, quando o adversário faz uma ligação rápida entre sua defesa e o ataque, as falhas dos defensores do Massa Bruta são expostas de maneira inquestionável. A maioria dos gols que o time sofre, é fruto desse posicionamento adotado pelo técnico Pedro Caixinha, que já demonstrou ao longo dos últimos anos não ter um plano B para esse problema. O mais grave, é que nenhum dos quatro defensores tem poder de recuperação ou velocidade para recompor a zaga.
E novamente foi isso que possibilitou os dois gols do Atlético. No primeiro, aos 41 minutos, o volante Matheus Fernandes era o último homem da zaga e em lance infeliz acabou possibilitando o primeiro gol atleticano, anotado por Zaracho. Ou seja, coube ao volante marcar o ataque adversário, sozinho e sem cobertura. Aí a coisa degringolou de vez, com a marcação do segundo gol, aos 43’, através de Paulinho, que recebeu um lançamento longo entre a dupla de zaga e em velocidade arrancou até a área para chutar sem chances para Cleiton. O zagueiro que o marcava, Luan Cândido, lento, foi incapaz de impedir a conclusão a gol com sucesso.
Segundo tempo – O que estava ruim ao final da primeira etapa, ficou ainda pior na volta do intervalo. Elegendo apenas um culpado pelos gols sofridos, Caixinha cometeu mais um erro, ao tirar Matheus Fernandes, que ao lado de Evangelista eram os únicos a criar no meio-campo, e aí o time desapareceu em campo. Manteve Borbas no ataque, mesmo tendo pegado uma única vez na bola em mais de 90 minutos, e também não soube sair da mudança de marcação do Galo, feita pelo técnico Gabriel Milito no segundo tempo, que impediu toda e qualquer jogada criativa do Braga.
Em síntese, o segundo tempo do Massa Bruta foi um dos piores neste Brasileirão.
Nota negativa a arbitragem de de Rafael Rodrigo Klein, que aplicou 10 cartões amarelos, 2 vermelhos, inverteu faltas, não marcou outras, irritou os jogadores e em vários momentos se mostrou inseguro.
ATUAÇÕES
Cleiton: Sem culpa nos gols sofridos, realizou outras duas boas defesas. Nota 6,5.
Jadsom Silva: Não é lateral e por isso não tem os cacoetes da posição. Ajudou bem na criação e apoio ao ataque, mas defensivamente falhou. Nota 5,5.
Eduardo Santos: Razoável nas jogadas aéreas, não tem velocidade e por isso mesmo não consegue recompor o sistema defensivo. Nota 5,0.
Luan Cândido: Mais um gol adversário que deve ser colocado em sua conta. É lento, não consegue cobrir os laterais e seu posicionamento defensivo é dos mais questionáveis. Nota 4,0.
Juninho Capixaba: Ótimo primeiro tempo e um dos três melhores do time, ao lado de Matheus e Evangelista. Nota 7,0.
Matheus Fernandes: O melhor na criação ofensiva no primeiro tempo e ainda arrematou várias vezes à meta de Everson. Falhou no gol, mas estava fazendo o trabalho que era dos zagueiros. Foi substituído de forma equivocada ao final do primeiro tempo. Nota 7,0.
Eric Ramires: Dentro do futebol apresentado no primeiro tempo, foi bem. Depois sumiu em campo. Nota 6,0.
Lucas Evangelista: Muito boa atuação, criativo, concluiu várias vezes a gol e numa delas fez um lindo gol. Caiu no segundo tempo junto com todos os demais. Nota 7,5.
Helinho: Futebol apenas razoável, pode render mais. Inteligente na participação do gol. Nota 6,0.
Thiago Borbas: Inaceitável que um atacante toque na bola uma única vez em toda a partida. Como é um dos ‘protegidos’ do treinador, segue titular, mesmo sem ter futebol para tanto. Nota 4,0.
Henry Mosquera: Não conseguiu colocar em prática o que sabe fazer e nem mudando de lado funcionou. Mas ajudou na marcação no primeiro tempo. Nota 5,5.
Substitutos: Nenhum dos cinco jogadores que entraram, alterou o que se via em campo. Destaque negativo para Eduardo Sasha, que foi expulso ao exagerar na reclamação em um lance faltoso.
Pedro Caixinha: Um dos responsáveis pela derrota. Não consegue ter um plano alternativo para o setor defensivo, insiste com Borbas no ataque, e não soube sair da marcação do adversário na etapa final. Nota 4,0.
BRAGANTINO 1 x 2 ATLÉTICO-MG
Campeonato Brasileiro Série A – 8ª RODADA
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista (SP)
Data: 11 de junho de 2024 (terça-feira, 21h30)
Árbitro: Rafael Rodrigo Klein (RS-Fifa) – Assistentes: Mara Mastella Moreira (RS) e Michael Stanislau (RS) – Árbitro de vídeo: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Público: 4.617 pagantes – Renda: R$ 180.720,00
Cartões amarelos: Lucas Evangelista, Eduardo Santos, Juninho Capixaba, Nathan Mendes e Thiago Borbas (Bragantino) e Saravia, Bruno Fuchs, Maurício Lemos e Everson (Atlético-MG)
Cartões vermelhos: Eduardo Sasha (Bragantino) e Battaglia (Atlético-MG)
Gols: Lucas Evangelista aos 26’ (Bragantino) e Zaracho aos 41’ e Paulinho aos 43’ (Atlético-MG)
BRAGANTINO: Cleiton; Jadsom Silva (Nathan Mendes), Eduardo Santos, Luan Cândido e Juninho Capixaba (Lincoln); Matheus Fernandes (Eduardo Sasha), Eric Ramires e Lucas Evangelista (Gustavinho); Helinho (Vicininho), Thiago Borbas e Henry Mosquera. Técnico: Pedro Caixinha.
ATLÉTICO-MG: Everson; Saravia, Bruno Fuchs e Rômulo (Maurício Lemos); Battaglia, Zaracho (Igor Rabello), Alisson (Pedrinho), Igor Gomes e Gustavo Scarpa; Paulinho e Cadu (Palacios). Técnico: Gabriel Milito.