A disputa pelo poder dentro do partido, a aposentadoria de velhos caciques e a chegada de inexpressivos neófitos, como João Dória, sem lastro político, puseram fim ao comando do PSDB no Estado de São Paulo. A derrota nas eleições de domingo foi só a gota que faltava para o balde transbordar.
O PSDB chegou ao Palácio dos Bandeirantes há 28 anos, com a primeira eleição de Mário Covas (2 mandatos). E então passaram por lá Geraldo Alckmin (3 vezes), José Serra e João Dória.
O atual governador, Rodrigo Garcia, deixou o União Brasil para concorrer à reeleição pelo partido tucano, um erro na opinião de experientes analistas, e não conseguiu chegar ao segundo turno. Obteve pouco mais de 4 milhões de votos, equivalentes a 18,40%. A herança que recebeu, de uma agremiação rachada desde as prévias para escolha do candidato a presidente da República, que não se confirmou, foi fatal.
Outro ponto negativo foi a saída de Geraldo Alckmin, o nome mais expressivo do partido, que ia disputar o Governo do Estado, porém aceitou ser vice na chapa com Lula na campanha ao Palácio do Planalto.
A derrocada tucana foi tão grande, que nem mesmo José Serra, ex-governador, ex-senador, ex-deputado e candidato a presidente da República, conseguiu uma vaga como deputado em Brasília. Com 88 mil votos, ficou de fora.
Se pretende continuar com destaque no cenário político, o PSDB vai ter que se reinventar, mudar radicalmente seus quadros, hoje envelhecido e sem apelo popular.
No pleito de domingo, com muito esforço, conseguiu eleger 4 deputados federais, de um total de 70 cadeiras, e 9 parlamentares para a Assembleia Legislativa, de um total de 94 vagas.
Disputa paulista – Com o tucano fora da disputa, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) vão se enfrentar o segundo turno para o governo de São Paulo.
Com 99,9% das urnas apuradas, Freitas obteve 42,32% dos votos válidos e Haddad teve 35,69%.
É a segunda vez seguida que a eleição para o governo de SP vai ser definida em segundo turno. Foram mais de 27 milhões de votos no estado, com 3,54% dos votos nulos e 2,10% dos votos brancos.
Em 2018, a decisão foi entre João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB), sendo o tucano vencedor do confronto. Antes disso, a eleição para o governo de São Paulo foi para o segundo turno em 2002, entre José Serra (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT).
Já na disputa pelo Senado no estado, o ex-ministro Marcos Pontes (PL) foi eleito com 49,68% dos votos, o candidato cotado nas pesquisas como favorito, Marcio França (PSB), ficou em segundo com 36,17%.