Logo após o término da partida entre Bragantino e Goiás, na noite desta terça-feira (31/5), jornais e redes sociais foram quase unânimes em dizer que o time de Bragança foi eliminado nos pênaltis. Não foi! Caiu durante os 90 minutos, com um futebol pífio, decadente, que há oito jogos não vence. Os pênaltis foram consequência da soma de 180 minutos jogados. A vantagem que o Massa Bruta construiu em Goiânia, no jogo de ida, foi desfeita no Estádio Nabi Abi Chedid, por um Goiás que não chutou mais que meia dúzia de vezes. Numa delas, desmanchou a vantagem.
O Bragantino teve um domínio enganoso. Mais posse de bola (o dobro em certos momentos), chutes a gol em profusão (a maioria longe do alvo), e os mesmos defeitos que o técnico Barbieri ou não consegue corrigir ou os jogadores se recusam em atendê-lo.
Nos dois tempos o que se viu foi um repeteco do que levou o time à eliminação na Libertadores: um repertório manjado, banco de reservas fraco e a quase certeza que muitos dos ‘intocáveis’ podem perfeitamente buscar outros ares, pois já não rendem o que deles se espera.
Nem é preciso descer a detalhes para relatar o que se viu no Nabizão, de um time que confirmou sua ruindade quando teve que decidir a vaga na cobrança de penalidades. Um vexame, uma vergonha para um time que se pretende grande, que sonha com degraus mais altos.
Para grandes investimentos feitos, nenhum resultado. O Bragantino novamente ficou pelo caminho no Campeonato Paulista, deixou a Libertadores de forma lamentável, sem direito ao menos a uma vaga de consolo na Sul-Americana e agora a eliminação na Copa do Brasil. Resta o Campeonato Brasileiro, mas aí fica a seguinte questão: que tipo de restante de competição pretende o time: brigar para ficar entre os primeiros ou para não ser rebaixado?
ATUAÇÕES
Cleiton: Uma noite quase consagradora, destruída por seus companheiros. Nota 9,0.
Andrés Hurtado: Enquanto tem fôlego, vai bem ofensivamente, mas compromete quando tem que ser marcador. Nota 5,0.
Kevin Lomônaco: A única figura lúcida do time. Sabe se posicionar, defende com precisão e ainda foi quem mais construiu jogadas ofensivas, diante da inoperância do meio-campo. Nota 8,0.
Natan: Não é jogador para o Bragantino, assim como não serviu ao Flamengo. Nota 5,0.
Luan Cândido: Defensivamente não esteve em boa jornada. Ofensivamente também falhou. Nota 5,0.
Jadsom Silva: Não vem bem há um bom tempo. Teve o mérito de correr bastante, mas isso é muito pouco. Nota 5,0.
Eric Ramires: Tudo o que se poderia dizer sobre suas atuações já foi dito. Sua fase é péssima. Nota 4,0.
Praxedes: O mais caro jogador do time também é aquele que mais erra. Seu poder de criação é zero. Nota 4,0.
Artur: O melhor jogador do time foi um desastre. Assistiu placidamente o Goiás fazer o único gol do jogo e para colocar ‘a cereja’ no bolo, errou de forma bisonha duas cobranças de pênalti. Em nome do conjunto da sua obra, fica sem nota.
Ytalo: Time que não tem poder de criação pouco ou quase nada pode exigir do seu artilheiro. E isso tem sido uma constante. Sem nota.
Helinho: É outro que não tem jogado nada, de vez em quando acerta um bom chute e de resto, uma correria sem sentido. Nota 5,0.
Jan Hurtado: A anulação do seu gol é bastante discutível. Mas o árbitro anulou. Bateu bem o pênalti. Nota 6,0.
Bruno Tubarão: No pouco tempo que esteve em campo, produziu mais que Praxedes. Nota 6,0.
Lucas Evangelista: Não conseguiu melhorar a performance do time e sucumbiu em meio à mediocridade. Nota 4,0.
Alerrandro: Caso típico da cigana que enganou as duas partes: o jogador, que acredita ser muito bom, e a direção do clube, que o contratou como joia. E ainda se permitiu a errar o pênalti. Nota 1,0.
Aderlan: Outro caso em que é melhor levar em conta o conjunto da sua obra. Perdeu dois pênaltis. Sem nota.
Barbieri: Ou perdeu o vestiário e ninguém mais faz o que ele pede ou se desinteressou pelo ótimo trabalho que realizou até o ano passado. Ou pede para sair ou cobra da diretoria mudanças radicais no elenco. Sem nota.
BRAGANTINO 0 x 1 GOIÁS (8 x 9)
Copa do Brasil – Jogo de volta
Local: Estádio Nabi Abi Chedid, Bragança Paulista-SP
Data: 31 de maio de 2022 (terça-feira, 21h30)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS) – Assistentes: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e José Eduardo Calza (RS)
Público: 1.668 pagantes – Renda: R$ 22.005,00
Cartões amarelos: Jan Hurtado (Bragantino) e Reynaldo, Dadá Belmonte e Matheusinho (Goiás)
Cartão vermelho: Maurício Barbieri (Bragantino)
Gol: Matheus Sales aos 42’ (Goiás)
BRAGANTINO: Cleiton; Andrés Hurtado (Aderlan), Kevin Lomónaco, Natan e Luan Cândido; Jadsom Silva, Eric Ramires (Lucas Evangelista) e Praxedes (Bruno Tubarão); Artur, Ytalo (Jan Hurtado) e Helinho (Alerrandro). Técnico: Maurício Barbieri.
GOIÁS: Tadeu; Caetano, Sidimar e Reynaldo; Apodi (Matheusinho), Diego (Maguinho), Matheus Sales, Elvis (Felipe Bastos) e Dadá Belmonte (Danilo Barcelos); Auremir e Nicolas. Técnico: Jair Ventura Filho.