Depois de muito ensaiar, vociferar e ameaçar correligionários, o ex-governador João Dória promoveu o maior furdunço no ninho tucano ao renunciar à sua candidatura a presidente da República. Com a decisão, a coisa no PSDB degringolou de vez e agora são muitos os que brigam pelo que sobrou do espólio, ou seja, terra arrasada.
Dória já tinha iniciado a derrocada do partido quando rompeu com Geraldo Alckmin, seu padrinho político, e ao deixar o mandato pela metade na Prefeitura de São Paulo.
Conseguiu se eleger para governar o maior Estado da Nação, porém isso teve um alto preço, com quadros expressivos saindo do ninho.
Essa bagunça ganhou corpo após o anúncio que seriam realizadas prévias para escolher o candidato ao Palácio da Alvorada. E até se chegar ao resultado do ungido, foram brigas internas e acusações de toda a natureza, que num primeiro momento resultaram no cancelamento das prévias. Ao ser remarcada e finalmente concretizada, a credibilidade do PSDB já tinha sido jogada ralo abaixo.
A tucanada tanto fez que acabou implodindo a candidatura de Dória, que a bem da verdade nunca conseguiu ir além dos 3% nas pesquisas eleitorais (para quem acredita nelas) e agora não há um substituto que queira se aventurar num processo que já vinha polarizado.
Uma das saídas aventadas é dar apoio à candidata do MDB, Simone Tebet, que por absoluta falta de postulantes, em meio às desistências, vai ser a chamada 3ª via.
Ainda como consequência do furdunço, Dória sepultou sua carreira política, que já não vinha bem desde que assumiu o Palácio dos Bandeirantes. Quem deve ter tido orgasmos de felicidade foi o ex-governador Geraldo Alckmin, o ‘pai’ de Dória na política, e que acabou traído por ele. Quem também se sentiu aliviado foi o governador Rodrigo Garcia, pois Dória atrapalhava e muito a sua candidatura à reeleição.
Nem em seus piores momentos os velhos caciques do PSDB poderiam imaginar que um político fabricado, como Dória, seria capaz de destruir o partido.