WAGNER AZEVEDO
“O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva pode até ter recuperado seus direitos políticos após a anulação de suas condenações judiciais no âmbito da Lava-Jato (…)”.
“(…) mas isso não significa, nem de longe, que ele tenha sido absolvido pela Justiça nem tampouco possa apagar o passado, como tenta fazer ao inventar um discurso sobre a Petrobras nessa pré-campanha à presidência da República”.
“Ao agir assim, Lula trata como idiotas milhões de brasileiros que não se ajoelham sob o altar do PT”.
“E que lembram muito bem como o partido tomou a Petrobras de assalto para transformar a empresa em instrumento de política econômica e um centro privado de financiamento de campanha e enriquecimento ilícito”.
Os trechos acima são do editorial do jornal o Estado de S. Paulo, datado de 15 de maio, que reproduz à exatidão aquilo que pensam os homens de bem deste País. Ser acobertado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) está muito distante de ser inocentado de toda e qualquer acusação, que culminou em condenação, que não foi apenas exarada pela primeira instância federal, em Curitiba, mas confirmada em segunda, em Porto Alegre, e reconfirmada em terceira, no Superior Tribunal de Justiça.
Nelson Rodrigues disse certa vez: “Os ignorantes e idiotas vão tomar conta do mundo, não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. Lula pode até vencer as eleições, pois o Brasil é pródigo em ignorantes e idiotas. Mas é de se lamentar, desde já, que corramos o risco de que isso possa ocorrer.
Os escândalos patrocinados e perpetrados pelo PT, ao longo de 14 anos na presidência, deixaram marcas profundas, cujos efeitos são sentidos até hoje na economia.
O Brasil tem tido eleições presidenciais polarizadas desde que retomou a escolha pelo voto popular. Talvez isso não tenha sido sacramentado apenas em 1990, quando Fernando Collor enfrentou Lula, mas no primeiro turno a votação foi bem equilibrada entre três candidatos (Brizola ficou de fora). Desde então, dois postulantes brigam ferozmente a cada quatro anos pelo controle da chave que abre o cofre chamado Brasil.
Desta vez não será diferente, já que a chamada terceira via é um monumental fiasco e, em meio ao caminho, alguma luz divina fez com que o ex-juiz Sérgio Moro desistisse dessa aventura em que sobrevivem apenas os profissionais da política.
Quem vai vencer é tema para outro artigo. Porém, roga-se aos céus que Deus tenha piedade dos brasileiros. Inclusive dos ignorantes e idiotas.