Rogério Machado
Parte da cristandade comemora amanhã, 10, o “Domingo de Ramos”; assim chamado por causa dos acontecimentos que trazem à memória “A Entrada Triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém” como Rei, dias antes de ser crucificado e morto.
Narra a Bíblia que “Quando se aproximaram de Jerusalém… enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e, com ela, um jumentinho. Desprendei-a e trazei-os… trouxeram… Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. E as multidões… clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas! E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou” – Evangelho de Mateus 21:1 a 10.
A narrativa é como a descrição do retorno de um conquistador real à sua própria cidade. Multidões o acompanharam, formando um tipo de procissão triunfal. Altos clamores e expressões de louvor foram ouvidos ao redor de Jesus e “toda a cidade se alvoroçou”.
Os motivos dessa entrada pública e triunfal precisam ser relembrados. Nosso Senhor Jesus Cristo sabia muito bem que o tempo de seu ministério estava acabando e que já se aproximava a hora de concluir a poderosa obra que tinha vindo realizar morrendo na cruz. Ele sabia que suas andanças estavam terminadas, e que para completar seu ministério na terra só restava entregar-se em sacrifício na cruz do Calvário. Assim, antes de entregar-se em sacrifício pelos nossos pecados, Ele permitiu que todos os olhos contemplassem a vítima. Ele atraiu para si os olhos admirados de toda a multidão e todos se alvoroçaram.
É interessante notar que esses fatos aconteceram no domingo anterior a morte de Cristo. Assim, quatro dias depois de sua “entrada triunfal”, os gritos de Hosana, Aleluia e Glória, as vestes servindo-lhe de tapete, juntamente com os ramos de árvores, são substituídos por gritos de Fora! Fora! Crucifica-o!
Assim, agora vestido de vermelho e com uma coroa de espinhos na cabeça, mais uma vez Jesus ouve os gritos da multidão. Não mais gritos de aclamação e aprovação, mas de zombarias e escárnio. Gritos que pedem a libertação de um marginal e a condenação de um inocente, mostrando que a multidão (a voz do povo), muitas vezes, se mostra insensata.
Que nós não façamos parte daqueles que, como a multidão daqueles dias, professam Jesus Cristo em um momento e O negam no momento seguinte. Que o resgate que Jesus Cristo nos proporcionou na Cruz do Calvário nos impulsione a um compromisso de vida sincero e verdadeiro junto ao Senhor. Que nosso compromisso seja real e verdadeiro com aquele que “tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores… foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades” e que “morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus”, aquele que se entregou na cruz por nós e que ainda hoje diz: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”, conforme o profeta Isaías, 53:4 e 5; 1ª Epístola de Pedro 3:18 e Evangelho de João 10:11.
Jesus Cristo foi a cruz por causa do meu e do seu pecado, para que “Justificados, mediante a fé, tenhamos paz com Deus” – Epístola aos Romanos 5:1. Por isso, creia em Cristo para ter paz com Deus e garantia de vida eterna, pois o próprio Cristo disse: “Quem crê em mim ainda que morra viverá” – Evangelho de João 11:25.
Rogério Machado é jornalista e pastor da Igreja Batista Boas Novas – Cd. Planejada II. prrogeriomachado@yahoo.com.br