Depois dos combustíveis (gasolina, diesel e gás de cozinha), que tiveram um reajuste grande na semana passada, agora chegou a vez dos produtos à base de trigo reajustarem seus preços.
Em alguns locais na cidade o pãozinho francês já teve seu preço reajustado, e de acordo com a Abimapi (Associação das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados), os preços continuarão subindo nos próximos dias.
De acordo com levantamento feito pelo site do jornal, em uma semana, o quilo do pão francês aumentou R$ 1 neste período.
Os preços nas padarias bragantinas variam entre de R$ 11,90 e R$ 15,99, diferença de 25,6%. Todos os tipos de pães acompanharam o aumento, especialmente os recheados salgados e os que levam doce em sua finalização.
De acordo com a Associação, o aumento do trigo utilizado na fabricação do pão e macarrão está vinculado à guerra entre Ucrânia e Rússia. Os embarques dos dois países, que representam 30% da exportação mundial de trigo, estão suspensos.
O Brasil produz menos da metade do que consome, daí a necessidade de importar o trigo de países das Américas. O aumento do preço, no entanto, impacta os valores de produção para os fabricantes. Segundo a Abimapi, nas massas o custo de 70% é de farinha, nos pães e bolos de 60% e nos biscoitos, 30%.
Os principais países fornecedores de trigo ao Brasil são Argentina, Canadá e Estados Unidos. No ano passado, o volume importado foi de 87%, ou seja, mais de 5 milhões de toneladas. Para este ano, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que os brasileiros deverão consumir 12,7 milhões de toneladas. A produção nacional deve alcançar 7,8 milhões de toneladas e as importações 6,5 milhões de toneladas.