O feminicídio de Agatha Sofia da Silva, de 25 anos, chocou a pacata cidade de Bom Jesus dos Perdões. O brutal crime aconteceu no sábado, 6, em uma área de mata em Nazaré Paulista. O autor confesso, Rodrigo Neves de Souza, de 32 anos foi preso pela Polícia Civil também em uma área de mata, em Vargem, próximo a divisa com Extrema. A Polícia acredita que ele fugiria a pé para o estado de Minas Gerais.
O crime – Na manhã de segunda-feira, 8, a mãe de Agatha procurou a polícia para relatar o desaparecimento da filha. Ela relatou que mantinha contato todo o tempo com a jovem e que no sábado, 6, foi a casa da filha por volta das 9h, e encontrou o portão aberto, a porta do quarto aberta e a televisão ligada, com a neta de 10 anos sozinha no local. Ela voltou a casa e encontrou tudo trancado e presumiu que a filha estaria descansando. Mais tarde, por volta das 14h enviou mensagem para chamá-la para o almoço e recebeu uma reposta em mensagem de texto, em que a jovem dizia estar em Bragança Paulista com um cliente. A mensagem causou estranheza na mãe, uma vez que a Agatha tinha o hábito de enviar mensagem de voz. Mais tarde a mãe tentou contato novamente, mas sem sucesso. Ela notou que o carro que a filha usava para trabalhar estava parado em frente a casa dela, com todos os documentos e bolsa trancados dentro.
Após registro de ocorrência, a mãe da vítima retornou a delegacia a tarde e apresentou imagens da câmera de vigilância de um vizinho que mostram Agatha saindo com o companheiro Rodrigo, na manhã de sábado, 6, por volta das 7h27, trajando pijama e indo em direção ao carro da empresa de telefonia em que ele trabalhava. As imagens ainda mostram que por volta das 17h19, o marginal retornou sozinho, guardou o carro da jovem na garagem e pernoitou na casa. Ele foi ouvido pela Polícia e disse que havia visto Agatha rapidamente na manhã de sábado, mas que não conversaram muito porque o relacionamento deles não estaria bem.
Com base no rastreador do veículo usado pelo assassino, foi traçada a rota que ele fez e um ponto de mata fechada no bairro dos Ferreiras, em Nazaré Paulista chamou a atenção da Polícia. Os investigadores da delegacia de Bom Jesus dos Perdões foram ao local e em pouco tempo de caminhada dentro da mata encontram o corpo da jovem com marcas de estrangulamento.
Fuga e prisão – Com o encontro do corpo o delegado Dr. Guilherme Figueiredo, titular da Delegacia de Bom Jesus dos Perdões, pediu a prisão temporária do assassino. Em continuidade às investigações, os policiais chegaram ao veículo usado no crime, que foi abandonado na cidade de Vinhedo. Lá eles analisaram em imagens de câmera de segurança que Rodrigo abandonou o carro e colocou a chave sobre um dos pneus. Ele acionou um serviço de carro por aplicativo e foi até a rodoviária onde embarcou para a São Paulo. Ele ficou na capital por duas noites e depois foi à Mairiporã e posteriormente para Bragança Paulista, de onde saiu a pé sentido Minas Gerais, sendo preso em uma área de mata em Vargem.
Confissão – Conforme depoimento divulgado pelo jornalista Lucas Rangel do G1, Rodrigo confessou o crime. Ele disse ter estrangulado a jovem com um cabo de fibra óptica. “Vou pagar pelo que fiz. Errei muito. Mas foi o ponto que cheguei, eu não aguentava mais. Acabei fazendo isso, sei que não é certo. Sabia que ia ser preso. Estou arrependido. Nada que eu faça vai voltar a vida da Agatha, mas tudo que disser aqui não justifica. Mas chegou num ponto que eu não aguentava mais”, disse o assassino.
Ele relatou ter trabalhado normalmente no sábado e ainda disse que no domingo saiu com a filha de Agatha para passear. Na segunda ele prometeu ir à delegacia com a sogra para registrar o desaparecimento, mas foi trabalhar. “Eu falei para ela: ‘A gente vai junto no meio-dia para a delegacia’. Eu ia vir com ela para me entregar, sabe? Era nove e pouco da manhã, ela já tinha vindo para a delegacia. Aí falei: ‘ah, não consigo’, porque eu estava trabalhando.”, relatou o assassino.
