
Entre janeiro e julho de 2025, 330 mulheres em Bragança Paulista procuraram a Guarda Civil Municipal (GCM) após sofrerem violência doméstica. O dado reforça a importância do Agosto Lilás, campanha nacional dedicada à conscientização, prevenção e combate à violência contra a mulher.
No município, parte dessas vítimas recebeu acompanhamento do Projeto Guardiã Maria da Penha, que atua na fiscalização de medidas protetivas e no suporte a mulheres em situação de risco. Neste ano, 33 mulheres ingressaram no programa, mas muitas não dão continuidade ao processo e acabam retornando ao convívio com o agressor — realidade comum em casos marcados por dependência emocional ou financeira.
Atualmente, 151 mulheres estão sob acompanhamento do Guardiã Maria da Penha, número menor que o registrado no final de 2024, quando 197 eram atendidas. O projeto conta com cinco profissionais, sendo quatro guardas civis municipais, que trabalham em escala diurna de 12×36 horas, e uma auxiliar administrativa. As equipes estão aptas a atender emergências 24 horas por dia.
A mobilização local também ganha força com a Operação Shamar, realizada em todo o Estado de São Paulo pelas polícias Civil e Militar, com apoio do Ministério da Justiça. A ação, que coincide com o Agosto Lilás, intensifica a fiscalização do cumprimento de medidas protetivas, realiza prisões de agressores e promove ações de conscientização.
Para a GCM de Bragança Paulista, os números deixam claro que o combate à violência contra a mulher precisa ser contínuo e articulado entre diferentes instituições. Campanhas como o Agosto Lilás e operações como a Shamar ajudam a ampliar a rede de proteção, dando visibilidade a um problema que, apesar dos avanços, ainda faz milhares de vítimas todos os anos.
Abrigos – O governo do Estado de SP também atua no combate à violência contra a mulher. Neste mês, a Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS) do Estado de São Paulo faz um balanço da implementação do Serviço de Acolhimento Institucional para Mulheres Vítimas de Violência. Na atual gestão, entre 2023 e 2025, o aumento foi de 57%, totalizando 41 abrigos, com capacidade total para atender 682 pessoas.
Dos 15 abrigos inaugurados nesta gestão, seis são unidades regionais, ou seja, estão instalados em um determinado município, mas atendem 30 cidades e têm capacidade para acolher até 120 pessoas. Os outros nove abrigos são municipais e somam 140 vagas. Já os abrigos inaugurados em gestões anteriores somam 26 unidades, sendo 23 municipais, com 362 vagas, e três regionais, com capacidade para atender 60 pessoas de 18 municípios.
Questionados sobre uma unidade que atenderia o município de Bragança Paulista, a SEDS informou que “Bragança Paulista não compõe o Serviço de Acolhimento Institucional para Mulheres Vítimas de Violência pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS) do Estado de São Paulo.”

Denúncia – Para denúncias ao Projeto Guardiã Maria da Penha, a vítima pode utilizar o aplicativo 153 Cidadão, que possui uma função específica para mulheres sob proteção judicial. Além disso, a Prefeitura de Bragança Paulista disponibiliza canais de ouvidoria, como o e-Ouve (eouve.com.br) e o e-mail ouvidoria@braganca.sp.gov.br. Para denúncias gerais de violência contra a mulher, o Ligue 180 também é uma opção.
