Os dados finais sobre a frota de veículos em todos os municípios brasileiros em 2024, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), revelam que Bragança Paulista fechou o ano passado com um total de 154.247 unidades.
Bragança Paulista manteve a primeira colocação dentre as cinco cidades da região bragantina. Foram 5.472 a mais que em 2023. Naquele ano, a frota tinha 148.775 veículos.
Do total de 154.247 automotores, 84.895 são automóveis, 32.489 motocicletas e 12.074 camionetes. Os três tipos representam 83,9% da frota local.
População – Se o número de veículos motorizados for comparado ao dado mais recente da população (184.634), segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento anual da frota é maior que o aumento no número de habitantes no período analisado. Hoje, são 1,19 veículo por pessoa.
Os dados demonstram que Bragança pode, em cinco anos, chegar na equivalência de um veículo para cada habitante, já que o aumento da frota é 52,1% maior que o crescimento populacional, lembrando que a frota inclui não somente carros, motocicletas e caminhonetes, mas também caminhões, ônibus e utilitários, entre outros.
Desafios – A mobilidade urbana é um dos maiores desafios das cidades, e em Bragança não é diferente. Entre os principais estão o congestionamento, a poluição, a falta de acessibilidade e a necessidade de integrar diferentes modais de transporte de forma eficiente.
Em uma cidade relativamente pequena como Bragança, o congestionamento é um dos problemas mais visíveis e afeta diretamente a qualidade de vida da população. O aumento do número de veículos privados, somado à falta de planejamento urbano eficiente, resulta em tráfego intenso, prolongando o tempo de deslocamento e gerando frustração para os cidadãos. Esse cenário contribui também para a poluição do ar, um dos maiores problemas ambientais. A emissão de gases poluentes dos veículos, especialmente os movidos a combustíveis fósseis, afeta a saúde pública e agrava as mudanças climáticas.
Outro desafio crucial é a acessibilidade dos sistemas de transporte. Muitas vezes, as infraestruturas não atendem a todas as camadas da sociedade, especialmente pessoas com deficiência, idosos ou aqueles que residem em áreas periféricas. A falta de transporte público eficiente e de qualidade nas regiões mais afastadas das cidades leva ao aumento da dependência do carro privado, intensificando os problemas de mobilidade e desigualdade.
Além disso, a integração entre os modais de transporte – como ônibus, metrô, bicicletas, e até novos sistemas como os carros autônomos ou serviços de transporte por aplicativo – ainda é um grande desafio. A falta de uma rede interconectada e a pouca informação sobre as opções de transporte disponíveis dificultam o deslocamento de forma ágil e sustentável.
Para superar esses obstáculos, seria necessário um planejamento urbano que priorize a mobilidade sustentável, investir em tecnologias inteligentes, como os sistemas de transporte baseados em dados, pode ajudar a otimizar as rotas e reduzir o congestionamento. Além disso, políticas públicas de incentivo ao uso de transportes menos poluentes e ao compartilhamento de veículos, como caronas e serviços de aluguel de bicicletas e patinetes, são essenciais para construir um sistema de mobilidade mais eficiente e inclusivo.
Em resumo, os desafios da mobilidade urbana exigem uma abordagem integrada, que leve em consideração não apenas a infraestrutura, mas também a sustentabilidade e a equidade social. A construção de cidades mais inteligentes e acessíveis depende de uma ação coordenada entre poder público, setor privado e a sociedade.
Região – A frota de veículos nas cinco cidades da região bragantina com maior número de habitantes: Atibaia (140.489), Amparo ((61.640), Piracaia (37.473) e Socorro (22.819). Somados, os cinco municípios têm 416.668 unidades.
Para especialistas em mobilidade urbana, a evolução da frota ocupa a maioria das vias, principalmente nos horários de pico, em praticamente todas as regiões da cidade. Afirmam que há necessidade de novas alternativas de deslocamento e ampliação do sistema viário que possa comportar o volume de veículos em circulação.
Nos finais de semana, Bragança tem o agravante de receber centenas de veículos de outras localidades, que usam as vias centrais da cidade como ligação para os municípios do Circuito das Águas.